Estou muito bem a lavar-me, hoje de manhã, quando de repente ouço esta notícia espectacular: Uma mãe convence a família INTEIRA a matar o padrasto.
Isto põe-me dois problemas:
Primeiro: Gostavam assim tanto dele? Hmm?...
Segundo: Presumo que tenha sido a família mais chegada, porque se fosse mesmo a família inteira, teríamos sessões de apunhalamento por parte de avós, primos, tios, sobrinhos, sogros, noras e concunhados. E acabariam por dar nas vistas.
Então, mentalmente, reconstituí a cena do crime:
O padrasto não se apercebe que dentro de poucos minutos baterá a bota. Caminha, descontraído, pela casa fora, alheio aos olhares esgazeados de toda a família, na sua direcção, todos com borboletas na barriga, por ser a primeira vez que vão assassinar alguém. Então, a mãe, da cozinha, subtilmente, dá o sinal, batendo com duas panelas por cima da cabeça. O primeiro elemento entra em acção: o gato. O gato, roça-se pelas pernas do padrasto e salta para cima de um sofá, andando por cima das costas do dito, lado a lado com o alvo. O padrasto, que caminha paralelo ao gato olha para ele, sorri e faz-lhe uma festa. A filha mais pequena, mete, sub-repticiamente um carrinho de madeira à frente do pé do padrasto. A tia, que por acaso, ia a passar por ali com uma faca de cozinha, não tem tempo de se desviar do cunhado cadente e, acidentalmente espeta-lhe a lâmina nas costas. Neste momento, o padrasto estrebucha no chão e tenta levantar-se, mas o filho mais velho, atencioso e enfermeiro, empurra-o para ficar deitado de costas, numa posição confortável, enquanto se chama o INEM, alheio ao facto do padrasto estar com a faca junto às omoplatas. Finalmente o pai, levanta-se e vai a correr ao hall buscar o telefone. Entretanto a empregada, que também estava envolvida na maquinação, tinha deixado uma dobra no tapete, onde o padrasto tropeça e cai em cima do cake-walk de vidro que a filha do meio levava à sua frente. Tentando escapar daquele grupo comovido de familiares, corre para o hall, no qual, o primo, que têm a secreta ambição de ser um artista de circo está a fazer uma sessão de malabarismo com volumes da Enciclopédia Luso-Brasileira. Escusado será dizer o que acontece a seguir. Com uma faca nas costas, estilhaços por todo o lado e um galo enorme o padrasto, com as mãos a protegerem a cabeça, vai em direcção do telefone, mas a avó passa, no seu passo miudinho e, com o pé, puxa o fio do telefone que cai no chão e se avaria. É nesse momento que o sobrinho solta do segundo andar da casa, pelo buraco das escadas uma tarântula de plástico que aterra em cima do galo recém-nascido do padrasto. A mãe que, entretanto, tinha saído para ver que rebuliço era aquele, com o horror a tarântulas que ela têm, agarra na primeira coisa que lhe vem à mão (que infelizmente era um candeeiro metálico de pé) e começa a bater com ela na cabeça do pai, que se rende e cai no chão, defenitivamente morto, só para que não lhe batam mais.
Mas esta brilhante teoria foi posta de parte quando vi que o corpo tinha sido encontrado amarrado num pinhal, e que o padrasto só vivia na casa com a mãe e os dois filhos. Mas tinha sido esfaqueado, é um facto, a minha teoria não é assim um grande fracasso! AHA!!!
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