segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Crítica de Escolha Múltipla

Olá, minhas criaturas do Inferno. Eu tenho andado a ver se os meus olhos ficam em formato 16:9 com tanto filme que eu vi e tanta coisa que li. Por isso, vou fazer um apanhado de tudo o que eu vi em pequeninas críticas àcerca de cada coisa.
Portanto, cá vai:

Austrália - Fui ver este, hoje, ao cinema. Não é nenhum Moulin Rouge! mas, mesmo assim ainda tem piada e está bem visto no ponto de vista de realização, em que vemos a história a ser contada pelos olhos de um miúdo e, não havendo magia, mas uma série de acasos que fazem com que o que pareça, aos olhos dele, realmente magia. E há cenas extremamente bem feitas como, por exemplo a cena do bombardeamento ou a cena do precipício (quando virem, percebem) que valem por, praticamente, todo o filme. Dou-lhe 6.

The Dark Knight - A obra-prima dos filmes dos super-heróis (dirigida por Christopher Nolan que tem alturas de génio, outras de flop, [Batman Begins é para esquecer]) com o Gary Oldman e o Heath Ledger a fazerem um papelão. Pela primeira vez na história do cinema de super-heróis conseguiu-se fazer algo que discuta temas como a moral sem se tornar um aborrecimento (como o Homem-Aranha 2 desperdiçou os seus cartuchos e não conseguiu acertar em nada). Grande parte do espectáculo é dado (claro) pelo Joker na sua versão mais Frank Miller e pelo forte drama de Harvey Dent (futuro Duas-Caras) quase apagando (embora não totalmente) os dilemas do próprio Batman (Christian Bale a nessecitar de uns rebuçados do Doutor Bayard). e o James Newton Howard fez um óptimo trabalho com a sua parte da banda sonora (A Little Push e Watch the World Burn são dois must-listens) Eu dou-lhe 9.

The Happening - M. Night Shyamalan é o grande órfão de Hollywood. Os seus filmes não rendem dinheiro e está a tornar-se uma espécie de artista incompreendido. Muitas pessoas dizem que não gostaram do filme. Não percebo nem porquê, nem como. Estavam à espera de um Cloverfield? O Shyamalan nunca foi desse género! A única parte realmente supérflua do filme é o video no i-Phone do homem a ser atacado pelo leão, porque, para além disso, nada está fora de sítio. Às vezes, Zooey Deschanel parece deslocada da realidade, mas ao longo que o filme avança a sua performance vai ganhando mais complexidade. E tudo acaba naquela cena verdadeiramente espectacular (agora a sério) em que os dois (vá lá... três) decidem morrer a ficar longe um do outro e nesse momento... zás... salvam-se. E, outra vez o James Newton Howard a fazer outro trabalho espectacular com a música (As minhas preferidas? Princeton, Mrs Jones e Be With You). Não é perfeito, mas também não é uma coisa horrorosa. Dou-lhe 8.

WALL-E - Desde A Bela e o Monstro que eu não via um filme de animação tão bom. Finding Nemo tem piada e não me perguntem do Ratatouille, porque eu não o vi. Mas WALL-E é uma história tão simples quanto fantástica. Com um humor muito apropriado, mas também sem perder a compostura, conta uma história de amor entre dois robôs: o inocente e curioso WALL-E e a querida mas terrível EVA. Acaba por ser uma história de uma grande poesia e é impossível que alguém não goste desta simples historia de amor. Dou-lhe 10.

Moulin Rouge! - Vocês já devem estar FARTOS das minhas referências constantes ao Moulin Rouge! mas eu ADORO este filme. É uma montanha russa de sentimentos e de espectáculo que nunca mais acaba. É frenético, explosivo, gritante. Para quê dizer mais? Vejam o El Tango de Roxanne (que é das melhores cenas de musical que já alguma vez vi) e calem-se enquanto eu dou 10 a isto.

Ponto de Mira - Uma versão de acção da ideia por detrás de um marco na história do cinema japonês: Rashomon (que quer dizer: "A Porta do Castelo") de Akira Kurosawa. A história passa-se em meia-hora e conta a história de um atentado ao Presidente dos EUA numa cimeira sobre o anti-terrorismo em Salamanca. Mas é contada de 6 pontos de vista diferentes: a dos jornalistas, dum guarda-costas do Presidente, dum polícia espanhol, dum turista americano, do Presidente dos EUA e dos terroristas. Claro, as pessoas têm de exercitar um pouco o seu "willing suspention of disbelief", e tem alguns erros como um muçulmano a exclamar: "Christ!". Mas tem uma das cenas de perseguição mais alucinantes que eu já vi no cinema (superada apenas por perseguições como a do Matrix Reloaded) e uma história de mistério que uma pessoa vai desvendando à medida que as peças se vão encaixando. E tudo isto acaba numa cena que, apesar de já saber como acaba, me arrepia sempre que a vejo que é a cena do clímax em que uma ambulância derrapa e vem na direcção de uma rapariga de 6 anos da qual aprendemos a gostar enquanto esta grita: "MAMÁAAAAAA!" Dou-lhe 7.

National Trasure 2 - The Book of Secrets - Eh pá. Esta história do National Treasure é assim a combinação de tudo o que podemos ter num filme de caça ao tesouro. É assim, uma mistura de Indiana Jones à moderna, Ocean's Eleven e uns pós de Código da Vinci (mas apenas a parte da história que lida com o FBI). Este 2, embora seja um pouco mais fraco que o primeiro, tem um humor espectacular ("Está aqui uma coisa na página." "Pois é. Diz: «mancha».") e a indispensável cena de perseguição está ainda melhor que a do primeiro. É claro que a fasquia subiu. Enquanto que no outro filme o Nicholas Cage só roubou a Declaração da Independência e fugiu do FBI, neste assalta o Palácio de Buckingham, a Casa Branca, a Biblioteca do Congresso e a sua própria casa (não estou a gozar), volta a fugir do FBI e ainda tem tempo para raptar o Presidente dos EUA. Também já morrem mais pessoas. Há três mortes neste filme (Uma delas é o Abraham Lincoln, no prólogo), enquanto que no outro só havia uma. Eu dou-lhe .

O Código da Vinci - Esse não recebi para Natal mas vi na televisão enquanto tentava adormecer. Ron Howard (que deve ser dos piores realizadores de SEMPRE. Odiei o Apollo 13 e o Grinch era outro horror) fez o favor de fazer um filme ainda pior que o livro (por muito incrível que pareça, pois aquilo é o pesadelo de qualquer historiador [ex: A comunhão católica é baseado num ritual azteca. É que os aztecas andavam por cá 1500 anos antes de eles serem descobertos pelo mundo Ocidental.]) e só vale como thriller de casa-de-banho. Basicamente temos um Tom Hanks que parece estar sempre boquiaberto a cada coisa que lhe dizem, mas que não parece saber fazer mais nada. E isto não é o Tom Hanks a trabalhar. Isto é o Keanu Reeves quando lhe pisam um pé. Só tenho pena do Ian McKellen, o nosso querido Gandalf (e a única razão pela qual ainda vi este filme) que faz de mau e sai escorraçado ao pontapé de uma história sem pés nem cabeça que parece ser a única pessoa interessada em fazer melhor do que aquilo para que o contrataram. E o Jean Reno também não está mal, apesar de também ter tido aulas com o Keanu Reeves. Basicamente só vale pela musica do Hans Zimmer. E quando filmes só valem pela banda sonora, esqueçam. Dou-lhe 4 (pela soundtrack e pelo Ian McKellen porque o resto... flop).

***

Hogfather - Passemos para o mundo da literatura. Hogfather (Pai dos Porcos) é o 20º livro da série Discworld escrita com muito humor pelo Terry Pratchett. O Terry Pratchett é um tipo com ar de avozinho que tem um sentido de humor muito aguçado e povoa as suas histórias das personagens mais estranhas como Rincewind, o feiticeiro inepto e cobarde que se mete em sarilhos a cada virar de página; Granny Weatherwax, uma rude bruxa do campo, muito pragmática, realista e sarcástica; os feiticeiros da Unversidade Invisível que incluem um Bibliotecário que foi transformado em orangotango, um Tesoureiro que vê coisas (e tem de estar sempre a tomar Pílulas de Rãs Secas) e Mustrum Ridicully, o director da Universidade, um ser de tal maneira estúpido que é o mais lúcido e prático de todos. Neste livro temos o Hogfather (que é a versão discworldiana do Pai Natal) que é considerado supérfluo pelos gestores do Universo (uns tipos muito chatos e burocráticos chamados Auditores) e que, para acabar com ele, decidem contratar um Assassino (da Guilda dos Assassinos) deveras tresloucado chamado Teatime (não se diz Titáim, diz-se Tiatáimi) para ir atrás do Hogfather. O plano de Teatime começa a funcionar e o Hogfather começa a desaparecer. Deixando de existir um Hogfather, começa a haver espaço no Mundo para se acreditar em coisas diferentes como: o monstro que come uma meia para ficarmos com a outra desemparelhada, o "oh, meu Deus!" das ressacas e a Fada Alegre, uma depressiva que tenta pôr todo o Mundo alegre. A Morte, para impedir que as pessoas deixem de acreditar no Hogfather passa a vestir-se COMO o Hogfather e vai pela noite a distribuir presentes e a dizer HO HO HO. E tem de ser Susan, a neta adoptiva da Morte, que está a trabalhar como ama-seca, a impedir que os planos de Teatime e dos Auditores se concretizem.
Eu gostei deste até certo ponto. Eu acho que falhou no momento em que passaram a haver três clímaxes diferentes (dois deles envolvendo a mesma pessoa). Eu acho que a história teria ficado muito melhor (e já assim com clímaxes a mais) se só estivessem os dois primeiros. E, mesmo assim, a parte com o Teatime merecia estar menos fraquinha porque ele é dos melhores vilões que eu já alguma vez vi nas histórias do Discworld. Mas não deixa de ser um bom entretenimento, apesar de Terry Pratchett já ter escrito histórias ainda melhores. Dou-lhe 6.

Carrie - O primeiro livro publicado de Stephen King. Oscila entre a narrativa (como maior parte dos livros) e o livro epistolar (como o memorável Drácula de Bram Stoker). Há cenas fortes e outras cenas que chegam sem grande estrondo. Lembro-me, por exemplo, para cena forte temos a cena da morte da mãe de Carrie e para cena não tão forte temos a cena da morte de Billy Nolan e Chris Hargensen, os grandes maus da fita. A história está feita para sentirmos pena por Carrie e a sua fúria pelo facto de ser constantemente gozada e abusada na escola. Mas a partir do momento em que ela começa a destruir a cidade e o resto da história são quase apenas relatos do que aconteceu, a história perde gás e toda e qualquer simpatia por Carrie se vai esvaíndo lentamente. De todas as personagens até a que consegue capturar melhor a simpatia das pessoas é a Miss Desjardin, uma professora da escola de Carrie e Tommy Ross, o popular da escola a quem a namorada lhe pede para ir com Carrie ao Baile de Primavera. Devia ter ficado apenas pela narrativa e deixar os comunicados e interrogatórios de lado durante as cenas de destruição. Mata a história. E, sinceramente, preferi mil vezes o Misery. Eu dou-lhe um 5.

A Aventura de Comer - Nada de muito a dizer por aqui. Outra vez Quino, o criador de Mafalda, uma das melhores tiras de BD de sempre (só comparado a Calvin & Hobbes e, até certo ponto, Charlie Brown), a fazer um livro inteiro de paródia aos cozinheiros. Está ao nível de Quinoterapia (que faz a paródia aos médicos) e de Potentes, Prepotentes e Impotentes. Bem melhor que o penúltimo livro editado cá em Portugal: o Que Presente tão Inapresentável. Adoro a paródia que o Quino faz às iluminuras medievais. Dou-lhe 9.

O Santuário de Gondwana - Yves Sente e André Juillard... Bem. Como aconteceu a Uderzo e ao seu Astérix, as histórias de Blake e Mortimer têm vindo a decair desde a morte de E. P. Jacobs, o grande colaborador de Hergé. Juillard não tem o traço preciso de Jacobs, apesar de se tentar aproximar o mais possível, e consequentemente, as vinhetas não são tão visualmente apelativas como as de Jacobs. Sente, e já Van Damme tentaram incorporar as mulheres no Universo estritamente masculino de Blake e Mortimer. Até agora, a melhor personagem femenina em Blake e Mortimer foi a que apareceu no Caso Francis Blake (que, já agora, era obviamente baseado nos 39 Degraus de Hitchcock). Este livro... tenta ser O Enigma da Atlântida, sem conseguir dar todas as explicações. E, enquanto todas as histórias de Jacobs giravam em torno de uma máquina fenomenal (a máquina do tempo, uma máquina que alterasse a meteorologia, o telecomando de pessoas) sendo as únicas grandes excepções O Mistério da Grande Pirâmide e O Caso do Colar. Dos livros sem argumento de Jacobs, até o primeiro é o menos mau. A Conspiração Voronov e O Estranho Encontro (passados na URSS e nos EUA, por ironia) são dois livros para esquecer. Os Sarcófagos do Sexto Continente até é razoavelzinho, sobretudo pela segunda parte. Mas este Santuário de Gondwana parece ser o tomo 3 dos Sarcófagos, mas também parece ser uma aventura à parte. Deixamos o livro com uma sensação de "eu já vi isto" (tem inclusive a lata de reutilizar algumas vinhetas da Marca Amarela) e acabamos por a esquecer. Esperemos que A Maldição dos Trinta Dinheiros (tremam) seja melhor que este último. Para quem estiver interessado em conhecer os verdadeiros Blake e Mortimer... leiam antes A Marca Amarela e SOS Meteoros. Eu dou-lhe 5.

E pronto foi isto. E ainda tenho o Darjeeling Limited e o Castelo Andante de Howl para ver. Até lá!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Um Gravador na Cabeça X

Olá. Cá estou eu, na primeira sessão de Um Gravador na Cabeça após o Natal. Esta semana começamos com a Britney Spears (de novo) que canta dos mais eficazes ear-worms que já alguma vez conheci (esqueçam o Schnappi - Das Kleine Krokodil). E tem um videoclip espectacular, apesar da publicidade à Bulgari. Passmos para uma música que não é nada de impressionante e tem ar de musical de série B, que é cantado pela Merryl Streep, que também não é uma cantora espectacular, apesar de não desafinar. E acho que a música funciona bem nesse sentido. Depois vem o coro pesado dos Piratas das Caraíbas. Este também, juntamente com a Sexta anterior, foram dias de viagem e ambas as músicas foram compostas pelo Hans Zimmer, que o nomeia por agora como compositor de jornadas. Depois passamos para o metálico e frenético score de 300 com uma música que já apareceu em trailers de filmes. No dia de Natal, como não podia deixar de ser, uma música de Natal. A seguir vem o groovy James Brown com a sua música mais conhecida e finalmente acabamos a semana com os Muse a cantarem nas traseiras do meu occipital. Portanto fiquem com as músicas que eu tenho de ir estoirar com as minhas prendas. Vá...


Domingo – Circus – Britney Spears




Segunda – I See Me – Death Becomes Her




Terça – Hoist the Colors – Pirates of the Caribbean: At Wit's End




Quarta – To Victory - 300




Quinta – Adeste Fideles - Desconhecido




Sexta – I Feel Good – James Brown




Sábado – Time is Running Out - Muse


sábado, 27 de dezembro de 2008

Frustração Musical 5 - Going Global

Isto realmente, a música portuguesa anda pelas ruas da amargura. E eu estou a falar na portuguesa para não falar na estrangeira, que muita dela também serve para ensebar bem as orelhas. Tomemos como exemplo – muito rapidamente, para podermos seguir para a música nacional – o You’re Beautiful do James Blunt.
Basicamente, esta música é tida como uma das mais românticas do momento (que já foi há uns tempos atrás, mas pronto). Eu pergunto: Porquê? Se vocês lerem a letra da música, ela é TUDO menos romântica. Para não falar que tem o inevitável “Lalalalalalala” que é a parte da música apropriada para encher chouriços. Mas, voltando à parte do “romântica”, também o digo porque, de repente, estamos a ouvir a música, um ambiente muito romântico e tal, flutuar sobre as nuvens e coisas no género e o tipo diz: “f#cking”. Sem mais nem menos! Podem já atirar o momento romântico para o caixote do lixo. Apareceu a Selina Kyle com o spray preto e pintou um “X” no cor-de-rosa (para mais informações, ver http://www.youtube.com/watch?v=u3hl3hSa1lc)
. Quer dizer, o amor, os passarinhos, os cupidos e o “f#cking”… A coisa mais romântica que se pode pôr numa canção de amor! Mas é o mesmo que de repente, um português, numa balada de amor escrever m… vocês percebem a ideia. Mas, não é tudo. Vejamos o contexto em que a palavra vem. “She could see through my face that I was f#cking high”! Tradução: Ela podia ver pela minha cara que eu estava a voar alto. Ou então: Que eu estava com uma pedrada do (preencher o espaço em branco) . E chegamos ao ponto a que eu queria chegar: A história por detrás da música.
Era uma vez um James Blunt, daqueles que cantam, que estava num recanto escuro do metro de Londres, depois de ter fumado um cigarro de… chamemos-lhes coentros. Então ele vê que, do metro que acaba de chegar, está a sair um par de namorados. E a gaja era PODRE DE BOA! E o nosso James Blunt fica a olhar para ela esgazeado, como se ela fosse a última mulher no planeta inteiro. E é claro, isso chama a atenção da rapariga, que, como qualquer rapariga que se preze gosta de ser admirada. E ela sorri-se! E ela pensa: “Eu sou a mais bonita!”. E o James Blunt pensa: CENSURADO! E ela consegue arrasar com o cérebro do James Blunt que o tipo fica a dizer baboseiras e a babar-se para o chão, com os olhos presos pelos nervos, já fora das órbitas, tipo óculos de carnaval. E já nem sabe o que quer (porque ele é um tipo muito sozinho, vive rejeitado) e começa a congeminar um plano qualquer na mente dele que acaba por degenerar numa tablette de avenidas moídas com corrente trifásica. E quando ela desaparece, está o tipo estendido no chão, feito um trapo com língua e um pezinho a tremer e a esmalditar-se porque nunca a vai… Bem… E o nosso James Blunt, regressou a casa, fumou mais uns quantos coentros e viveu infeliz para sempre. Fim da história. Adeus crianças. Sonhos cor-de-rosa. Beijinhos. E cuidado com o papão! Têm a shotgun aí ao lado, para o caso de ele aparecer…
Não me digam que isto é romântico! Quanto muito é a paranóia de um tipo que sempre viveu rejeitado! E com o qual as raparigas se fartaram de gozar na escola por ele não valer um caco!
Agora, que já estoirei qualquer possibilidade de muitas das raparigas que conheço me voltar a dirigir a palavra, voltaremos, então para a música portuguesa no próximo Frustração Musical. Mas não sem antes dizer: “Vocês podem chorar! Podem gritar! Podem-me voltar as costas, de hoje em diante! Mas eu digo: «Adeusinho! Há mais peixe no mar!»”.

Fiquem-se com a letra:

My life is brilliant.
My love is pure.
I saw an angel.
Of that I'm sure.
She smiled at me on the subway.
She was with another man.
But I won't lose no sleep on that,
'Cause I've got a plan.

You're beautiful.
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

Yeah, she caught my eye,
As we walked on by.
She could see from my face that I was,
F#cking high,
And I don't think that I'll see her again,
But we shared a moment that will last till the end.

There must be an angel with a smile on her face,
When she thought up that I should be with you.
But it's time to face the truth,
I will never be with you.

E com a música:



E com o meu "adeus".

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Tigre

Olá a essas duas pessoas que me estão a ler, portanto o meu pai... e esse tipo que não tinha mais nada para fazer... Sou eu, o dono deste blog.
Como é o 100º post, vou fazer uma edição especial sobre a minha pessoa, para vocês me ficarem a conhecer maior.
A primeira característica que salta logo à vista é ser alto. É óptimo para ver por cima de multidões mas péssimo para andar de avião em que uma pessoa tem de meter as pernas nas bagageiras que estão por cima dos assentos, porque senão uma pessoa não se consegue sentar. Sempre que as pessoas me vêem Têm a mania de dizer: "Eh, pá! És alto." Mas não têm NADA de mais original a dizer? Podiam dizer: "És lindo!" ou "Tens um penteado espectacular." ou até "Quem me dera ser como tu." Mas não. Tem de ser aquela treta do: "Estás mais alto. O que é que fazes para crescer tanto.". E eu só tenho vontade de lhes responder: "Como é óbvio, penduro-me, todos os dias, do tecto, com um peso de 200 quilos amarrado ao pesoço para aumentar um centímetro por dia.". Eu quero deixar uma coisa bem clara: Eu há um mês estava sensivelmente com a mesma altura que tenho agora. Não estiquei! Ontem não tinha a altura de um chiuahua sentado e hoje tenho a altura de um poste de alta tensão! Eu nunca fui nenhum gnomo! Portanto podem saltar por cima dessa constatação parve de eu ser alto. É um daqueles axiomas da vida. Vamos todos morrer, pagar impostos e eu serei alto. Se há pessoas que ficam todas excitadas por verem uma pessoa da minha altura, não queiram ver um amigo meu que tem de se curvar (ainda mais) para passar por debaixo de portas (não todas, mas grande parte). E eu já não consigo andar direito no Metro porque bato sempre com a cabeça em sítios fantásticos como aquelas pegas de metal que foram feitas para pessoas altas irem à Farmácia mais próxima buscar Aspirinas.
Outra coisa que também lhes salta é também o: "Estás mais magro." Se eu diminuísse um centímetro de cintura, cada vez que me dissessem isso, eu mais parecia um refugiado do Darfur! Que é outra coisa que as pessoas gostam muito de dizer, mesmo quando não me vêem a emagrecer, mas a crescer. Eu não sou daquelas pessoas que são erguidas pelo ar e vão a flutuar ao sabor da brisa matinal. Também nunca fui. Sou mais daquelas pessoas que são do tipo bulldozer: avançam e levam tudo à frente delas.
Pois... Depois... Tenho uma paranóia por cinema. Eu não descanso enquanto não tiver os olhos em widescreen. E a cada Natal recebo trezentos DVD's. É praticamente nisso que se resumem as prendas que eu recebo. Isso e livros. Não tenho tido muito tempo para lê-los ultimamente... E pronto. Gostos nunca foram uma matéria para piadas... se forem penteados, está bem. Agora gostos... hmmm.
O resto conseguem todos depreender pelo que eu já escrevi. Fiquem-se assim que eu fico assado. OK? OK.

Agora que Reparo Nisso...

Hmmm... Será que há alguém interessado em não deixar o Benfica ser campeão? Sidnei surpreende por ser capaz de realizar meio raciocínio completo... Mas não consegue chegar à outre metade... Porque... Quem será que não quer que o Benfica seja campeão? Hmmm... Talvez as outras equipas todas? Porque, se o Benfica for campeão, os outros não são! Hmmm...
E depois... "Águias estudam recurso ao castigo de Nuno Gomes." É que a multa é muito pesada: 1500€! O Nuno Gomes vai ficar na penúria depois de pagar essa quantidade enorme de dinheiro. E depois é ver o Nuno Gomes e o Katsouranis (que vai pagar 100€, UI!) de mão estendida ali à frente de São João de Deus. Isto não pode ser.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Uma Mensagenzinha...

Minhas queridas filhoses. Eu desejo-vos a todos um Feliz Natal e... ahm... Olhem... fiquem-se pelo Natal e já vão com sorte. Ah! E já agora... Se receberem um pedacinho de carvão no sapatinho, fui eu. E isso também quer dizer que vocês têm as janelas abertas...

Melhor que Ficção

A série Casa Pia está a chegar ao fim, após 7 temporadas. Quanto a mim, eu acho que até a temporada mais forte foi a 1ª, mas só porque na altura era tudo uma grande novidade. Tenho pena que tenham largado algumas personagens pelo meio e viu-se o esforço que fizeram agora em Novembro para lançar a última (esperamos) temporada com toda esta parangona de "alegações finais". Talvez a parte mais original do processo tenha sido a história paralela do Envelope 9 que começou na 4ª temporada, para dar um clímax emocionante no fim dessa mesma temporada. Mas com o decorrer da 5ª temporada, a história foi esmorecendo e desapareceu. O que é uma pena pois envolvia actores espectaculares como o Presidente da República.
Eu tenho pena de uma coisa. Os vilões são sempre os mesmos (e vão somando... ou subtraíndo no caso do Herman José, que não se deu bem com as audiências. Basicamente era um vilão demasiado estranho.) mas só há um herói que é contínuo durante toda a série: a Catalina Pestana. Mas ainda não vi o love interest dela a entrar em cena (muitos blogs especulam sobre João Aibéo. Eu não tenho tanta certeza). Nem sequer há um desgraçado de um sidekick para o lado cómico. As personagens do lado dos bons são muito inconstantes... Enfim. Não se pode ter tudo.
Espero que eles estejam a pensar num final bombástico com muita emoção para esta temporada. Só acho estranho que ainda não tenham editado nenhuma compilação desta série nacional que se portou relativamente bem (até para os padrões internacionais). Talvez estejam a pensar lançar para o Natal de 2009. Não sei...
De qualquer das formas também devo acrescentar que há outras séries a nível nacional que são dignas de nota. O Apito Dourado (com 4 temporadas, até agora. A manobra do Eu, Carolina, no fim da 2ª, como clímax, foi, sem dúvida, muito boa), o Caso BCP (que, tristemente, só teve 1 temporada... ao que parece o Joe Berardo começou a atirar dinheiro aos argumentistas e tiveram de a cancelar, antes que alguém se magoasse) e a Saga Amaral (a minha preferida, que começou com Joana e continuou com Maddie. Já vai na 5ª temporada e marca por ser a primeira série verdadeiramente internacional, tendo como principais vilões os sinistros McCann, introduzidos na 3ª temporada, que puxam pelos cordelinhos nas sombras).

NOTA DE FUNDO: Como já sei que muita gente se vai chocar com o que digo aqui, eu quero deixar uma nota a dizer que o objectivo deste post, se bem que de uma maneira um pouco tortuosa, é criticar a maneira como os media estão a tratar deste, e doutros casos. É que parece que estamos a ver séries de thriller de conspiração (tipo Lost ou Prison Break), mas em tempo real.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Numa Edição do DN...

Olá, minhas pessoas sem qualquer préstimo, estou de volta da Hungria, e nada melhor do que afiar a língua com um pot-pourri (adoro esta expressão, uma pessoa fica fina só de a dizer) de pensamentos sobre as notícias do DN.
Página 9 - Opinião. De quem? Do nosso Mário Soares. Na mesma coluna diz: "(...) a União Europeia não tem uma estratégia coordenada [para a crise]. Tem várias, consoante os países, em que cada um trata de si, o que representa exactamente o contrário do que deveria fazer uma verdadeira União." E uns parágrafos mais abaixo, diz: "(...) O ataque à Crise é uma prioridade absolutamene nacional (...). Assim, todos os portugueses, e o Governo, em especial, devem assumir-se como tal, numa postura nacional." Então, ficamos em quê? Ou é nacional ou é da UE? Eu acho que a velhice já começa a afectar um bocado os ideais do Soares... Alzheimer... senilidade. Se dum lado diz branco e do outro diz preto... Ironia do destino: O nome da crónica é: "O Tempo e a Memória"... Palavras para quê?
Página 14 - Portugal. Manchete: "Famílias católicas preferem orações a presentes de Natal". E na jaula seguinte temos: Famílias judaicas que por volta do Natal (que insistem em chamar Hannukah, vá se lá saber porquê) pôem-se a acender candelabros em vez de dar presentes.
Página 20 - Crime. Um ex-segurança da Kapital disse que ia sair com "uns amigos" e até agora não apareceu. Sugestão do dia: Comecem por procurar no fundo do Tejo.
Página 20 - Também Crime... Um empresário foi encontrado morto em Braga. A família acredita que ele foi assassinado. A polícia não põe essa hipótese em cima da mesa e está à espera dos resultados da autópsia. "Ao que apurou o DN, o jovem [de 28 anos] estava atado a uma palete com a cara maltratada." Não, é que ele pode ter-se divertido a bater com a palete na cabeça até falecer. Só para ser original... Eu até teria ido mais longe e, se fosse ele, teria batido na cabeça com um pedaço de espuma até à morte. Ou então caiu, tropeçou e caiu em cima de uma palete à qual ficou amarrado por nós que se fizeram POR MAGIA.
Página 22 - Ficamos a saber que um incêndio destruiu as sedes do PS e do CDS que estavam no mesmo edifício, em andares diferentes. Já em Leiria, partilham ambas a mesma moradia, PS à direita, CDS à esquerda. Não acham fantástico que o PS e o CDS andem sempre juntinhos? Resta saber é: quem é que está mais à Direita?
Página 53 - A série Equador, baseada num livro tão bom que mal posso esperar para ver DVD's enquanto estiver a passar um episódio, foi menos visto que Uma Canção para Ti, o concurso musical da TVI e pelo jogo Porto - Marítimo da RTP1. Entre mau e mau... Mais vale ver o que é menos deprimente. Adeus Miguel!
Página 56 - A Condoleezza Rice diz que a popularidade dos EUA no Médio Oriente "não é excelente" (que é o termo político para: "absolutamente horrorosa"). Mas também diz que um dia acabarão por respeitar Bush. A Condi também afirma que já pediu isso mesmo na carta que ela escreveu ao Pai Natal e que tudo correrá bem se a Fada Má não fizer nada.
E pronto, foi isto. Até amanhã...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ilhas em Forma de Pizzaria

Daqui a nada irei visitar a Ilha Margarita, como a pizza... Só que esta ilha não se pode comer (é um pouco indigesta)... E também não é redonda...
Depois, se ainda tiver tempo, vou à Ilha Calzone, à Ilha Pepperoni e à Ilha Pão-de-Alho. Não acredito que caíram nesta! Eh pá! Se eu vos dissesse que o Pai Natal existia também acreditavam. É graças a patós como vocês que o Sócrates está com maioria absoluta... Mas pronto... O que é que se há de fazer? Nada!
Amochem aí que eu ficarei por aqui.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Viagem ao Centro da Terra (pouco mais-ou-menos)

O metro em Budapeste é uma coisa verdadeiramente espectacular. Se calhar sou só eu, mas... de todas as linhas de metro (que são três) que existem por aqui, nós tínhamos de vir parar precisamente ao lado da mais escavacada de todas as linhas. Porque aqui o metro é um mimo. Não podemos andar sem tropeçar em sem-abrigos, em paredes que vêm abaixo de grafittis (mas dos mauzinhos) e em quiosques com um ar ainda mais duvidoso que aqueles dois monstros que puseram no Rossio para vender florzinhas. Depois chego às outras linhas... ena pá! O epíteto do impecável. Nem uma coisinha fora do sítio. Parece que aquilo é gerido por obsessivos-compulsivos. Mal há manchas nas paredes. O sítio está, que nem um brinco. E depois voltamos para a linha 3 e volta a ser o desastre total! Linhas 1 e 2, lindas... linha 3, um horror! Até parece o metro de Nova Iorque, em que uma pessoa está sempre à espera de ver um tipo qualquer a saltar dum canto para nos esventrar até à morte. Parece que as linhas 1 e 2 são para VIP's e a 3 é a linha de serviço.
Outra coisa que eu acho verdadeiramente espectacular no metro de Budapeste são, nem mais nem menos que as magníficas escadas rolantes que são de madeira, mas cuidado com elas. E porquê? Porque elas correm a velocidades quase ultrasónicas! Aquilo não são escadas. Aquilo são catapultas de pessoas. Esqueçam o slide e o rappel! Querem desporto ainda mais radical que o parkour? Que tal, andarem de escadas rolantes no metro de Budapeste? Han? Adrenalina a 100%. UHUU!!! Aquilo deposita as pessoas tão depressa, que, lá, no fundo das escadas, existe, para aí, a uns bons cinco metros de distância, uma pilha de pessoas a tentarem levantar-se antes que saia outra disparada contra eles e venha, de novo, tudo abaixo, tipo pinos de bowling.
Mais uma coisa digna de nota, são os anúncios que eles colam no chão. E então, temos anúncios àquela imperdível exposição que é Bodies, o sonho de qualquer pessoa que seja podre de mórbida (e que mantenha o carro parado no meio da autoestrada, durante um acidente, até conseguir ver, pelo menos, uma cabeça arrancada), que mostram um corpo humano sem pele a dançar com um esqueleto humano. E ao lado temos um anúncio em húngaro (portanto, não me perguntem sobre o que é que trata, porque eu também não sei) em que mostram um daqueles homenzinhos de gengibre, todo fofinho, sem uma perna (que acabou de ser comida por um alarve qualquer) e A SORIR! Esqueçam a morte do Kevin em Sin City! Isto é muito mais sinistro! YES! ESTOU A SER DESPEDAÇADO POR UM ANORMAL QUALQUER!... E GOSTO!!!
Finalmente, o comboio do metro em si, para além de parecer que se vai desconjuntar a cada saltinho que dá, tem o toque para aviso que vai fechar as portas mais frustrante do Mundo inteiro. Porque, utiliza precisamente as primeiras duas notas do O Tannembaum! E então estou sempre à espera que a música continue, mas ela fica pendurada na segunda nota para o resto da eternidade. E eu dou por mim a cantarolar o resto da canção, só para conservar a minha sanidade mental até à estação seguinte. E lá vem mais outra dose de O Tannembaum.
Pröntő. Fiqüem-se por aí, que eű esŧou a experimentår es łetras esquisitās qųe eles espalhăram aqui pelø teclađo... Vá...

sábado, 20 de dezembro de 2008

Basta juntar Água

Os Húngaros (eles e elas) têm uma propriedade deveras engraçada: Têm todos a mesma cara. O penteado e o guarda-roupa é que mudam de pessoa para pessoa. Porque, de resto, a única outra coisa que alteram são as caras. Parecem chineses louros. De vez em quando, uma pessoa na multidão é diferente, e esses devem ser eslovacos, porque desses há às pazadas. Há coisas estranhas...

Um Gravador na Cabeça 9 - Destino: Budapeste

Saudações da Hungria! Estou num computador onde, às vezes, escapam maiúsculas, por isso não se admirem de aparecerem coisas sem maiúscula. Tenho pouco tempo, portanto eis o que vou fazer... Imaginem que eu escrevi aqui um comentário às músicas e depois vejam-nas. OK? OK...

Domingo - Shattered Glass - Britney Spears



Segunda - If You Seek Amy - Britney Spears



Terça - Waltz to the Death - Batman



Quarta - Home of the Rising Sun - Bob Dylan



Quinta - Selina Transforms - Batman Returns



Sexta - Like a Dog Chasing Cars - The Dark Knight



Sábado - Just Around the River Bend - Pocahontas

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Código do Vinte

Fantástico! É só isto que eu tenho a dizer das pessoas da TVI que decidiram pôr o Código Da Vinci no Natal. Ainda para mais estando a falar de uma ex-emissora católica. Realmente... Onde é que as pessoas vão buscar o seu sentido de oportunidade? Aposto que diziam, na boa, para um paraplégico: "Eu acho que até vais dar pulinhos de satisfação.".

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Roteiro Gastronómico

Ainda agora recebi um convite para um passeio de Pais e Filhos da Associação de Pais do Colégio a Belém, que é um sítio no qual nunca NINGUÉM esteve. E começa logo com uma piada intelectual: "(...) Vimos propor-vos um passeio a pé, mais concretamente na zona de "Belém" (a Lisboeta, não aquela onde nasceu o Menino Jesus!)" E foi neste momento, em que a minha boca se escancarou para deixar passar umas alegres e ruidosas gargalhadas. Não sei se pela qualidade da piada, ou se pelo facto de estar "Belém" entre aspas. Porque eu sempre conheci aquela zona como o Museu Berardo, como já era conhecida nos tempos de D. Afonso Henriques. Belém, só se chama assim nos dias vagos, é um pseudónimo.
E depois é sobre o que vão incidir as visitas que eu fico fascinado: Visitar o Museu dos Coches, o Mosteiro dos Jerónimos e o Planetário (mas, atenção, que esse é só para os resistentes). Mas o ponto alto das visitas vão ser as paragens: Começa logo no Starbucks de Belém (que é um sítio óptimo para se tomar um pequeno-almoço). Depois haverá uma "Paragem técnica para reabastecimento nos Pastéis de Belém :-)", mas a meio da manhã para as pessoas andarem todas a atropelarem-se no balcão em verdadeiras cenas de pugilato para se empanturrarem de Maizena. E, ainda, não contentes com tudo o que já emborcaram, ainda vão comer um levezinho bife afogado em molho de cerveja à Portugália. Fora as paragens no bar do Planetário... e no café da estação... e nos pastéis de cerveja...
Isto não é um Passeio de Natal para Pais e Filhos. Isto é um Roteiro Gastronómico para Pais e Filhos!
Mas... Que raio de pais é que são estes? Devem ser buracos negros com pernas! São Buus e Pacmans a passearem-se por Belém fora e a devorarem qualquer coisa que lhes apareça à frente. Se pudessem até iam mastigando um dos guardas do Palácio de Belém para distrair o estômago. E, não tenham cuidado, ainda desaparece misteriosamente o coro-alto do Mosteiro...
Esta agora...

Frustração Musical 4 - Silly Love Songs

Falemos do Orelhinhas! UIII! Já tenho metade do Mundo a cair-me em cima! “É um coelhinho tão fofinho!” “Tão querido!” “Não merece ser enxovalhado!” “Tão ternurento!”.
OK… Como pôr isto de uma maneira que não choque ninguém. Nos anúncios eles dizem: “Queres tornar os teus encontros ainda mais românticos? Põe a música do Orelhinhas a tocar…” O QUÊ??? O QUÊ???!!!... Vamos lá pensar em música para um jantar romântico: Have I Told You Lately do Van Morrisson, Wonderful Tonight do Eric Clapton, My Heart Will Go On da Celine Dion, Fascinação da Elis Regina, e A Música do Orelhinhas
OK… Ahm… Importas-te que eu me vá embora… Não é por seres feia! NÃOOO! Mas é que eu tenho de… dar de comer ao gato e… passar a ferro a minha roupa para amanhã… levar o lixo lá para fora e… vá… Tchau.” E depois o tipo chega a casa vai tomar um duche bem frio e depois bloqueia a rapariga no MSN e apaga-a da lista de contactos do telemóvel (porque somos todos muito modernos). Porque qualquer música que tenha na letra: “És mais fofo que um pão-de-ló/Dou-te beijinhos de esquimó.” não é música para pessoas que tenham os cinco alqueires bem medidos… E porquê? Experimentem vocês mesmo, num jantar de família, com todas as pessoas presentes, levantar-se e ir dar um beijinho de esquimó ao pão-de-ló que a vossa avó fez. E se for no pão-de-ló da Ti Piedade (disponível no supermercado mais próximo) arriscam-se a ficar com o nariz lambuzado com doce de ovos. Para não falar que é um raio de uma comparação que poderia fazer o Freud passar uma tarde entretido. Estar a comparar o namorado com um pão-de-ló da Ti Piedade é estar a insinuar demasiado. Porque um pão-de-ló da já referida Ti Piedade quando está ao calor fica rijo que nem calhaus e se for manuseado com pouco cuidado pode rebentar antes de chegar à mesa e ficar uma mistela intragável coberta de doce de ovos. Ahm… E de momento só me lembro de mais duas coisas que correspondem à descrição. Uma delas é um ponto negro. E sendo um pão-de-ló uma coisa para ser comida… Para não falar que estamos a falar num coelhinho a cantar enquanto segura o quê? Uma cenoura! Mais explícito seria por o Orelhinhas a segurar uma banana (embora isso fosse muito José Cid, só lhe ficavam a faltar os óculos de sol) ou uma batata doce… Tirem vocês as vossas conclusões. As minhas foram tomar uma Aspirina e descansar um pouco.
Saltemos por cima deste momento “Floribela encontra Quim Barreiros”… ou, quanto muito, “encontra Luciana Abreu”. A seguir na letra vem: “És o meu sonho mais bonito/Meu peluche favorito”. Passemos a parte da análise freudiana (acho que toda a gente já percebeu a ideia) e concentremo-nos neste detalhe: Quem é que chama ao namorado “peluche”. Mulheres! Insurgi-vos contra esta infâmia! Digam de vossa justiça o que acham de chamar ao vosso namorado de “peluche”! Contem qual foi o desgosto que tiveram da última vez que chamaram “peluche” ao vosso namorado (agora, sem dúvida, ex-namorado)? Qualquer homem que se preze não se quer ver-se na posição castrante de ser chamado de “peluche”. A não ser que seja larilas e então, más notícias para vocês, raparigas, porque não o vão ter por muito mais tempo.
Não imagino a cheri/A coisa mais doce que vi”. Esta é a estrofe que eu conheço na minha cabeça como a “Lili Caneças sob o efeito de cannabis.” Esta estrofe deve ter demorado a inventar. É preciso uma grande imaginação (e força de vontade… e mau gosto) para se inventar isto. É preciso estar no estado de espírito certo. Na verdade, o máximo que eu estive de inventar uma coisa parecida foi de estar um dia inteiro a ver a TVI, começando com o Você na TV!, continuando com As Tardes da Júlia e terminando em beleza com uma dose dupla de Morangos com Açúcar, tudo isto enquanto fumava coca e lia os artigos escritos para a Educar para Servir. Isto deve ser condecorado com a medalha de ouro da piroseira do ano.
És a minha estrela guia/Sem ti não tenho alegria”. Sem dúvida o Avô Cantigas esteve a trabalhar nesta estrofe. Porque esta parece ter sido escrita por um miúdo de 4 anos que mal sabe desenhar um “A” e andou a abrir um dicionário a tirar palavras ao acaso. Ou então abriu um folhetim daqueles dados nas igrejas com as músicas que o coro canta e decidiu inventar a segunda estrofe.
E, finalmente, temos o “nanananananananana” que é a maneira mais fácil e menos constrangedora de preencher tempo. É o típico acabamento ao estilo Português Suave. Em vez de pintar as paredes, pôr azulejos de casa-de-banho ou misturar pedrinhas com cimento e espalhar pela parede. Desta vez não é preciso inventar mais letra (o que é um alívio tanto para o letrista como para o ouvinte) e serve de interlúdio musical para uma pessoa poder respirar antes de se lançar para a estrofe seguinte. No entanto não deixa de ser aquela música para encher chouriços.
Quanto ao resto da canção continua ao mesmo nível: Deprimente, lamechas e pindérico. Ou, como em bom português, daquele que tem pêlos no peito e passa o dia a espalhar tareia pelas tabernas e a andar aos SS pela rua sob efeito de espirituosos, esta música é azeiteira que até dói (que grande insulto está a pensar o meu sub-consciente).
Aqui fica o vídeo:





E aqui a letra, só para seguirem com a música...

És o meu grande amor
Sem ti a vida não tem cor
Abraçar-te todo o dia
A vida tem magia

Abraçinhos e beijinhos
Vou-te dar muitos miminhos
Do fundo do coração
É para ti esta canção

Nanananananananaanananananaaaa….

És mais fofo que um pão de ló
Dou-te beijinhos de esquimó
És o sonho mais bonito
Meu peluche favorito

Não imagino a cheri
A coisa mais doce que vi
És a minha estrela guia
Sem ti não tenho alegria.

E já agora, parte dos comentários do Youtube, que são quase tão espectaculares como a própria música:

"Lindo!!! Como as mais lindas historias de amor... Obrigado amor por existires, amo-te." (É que é IGUALZINHO!...)
"Adoro este coelhinho e tao fofo canta tao bem e mesmo amoroso. Ah! E mais uma coisa k n gosta n deixe comentarios." (O Orelhinhas e o Sinatra a fazerem um dueto... UI! Até fervia!)
"Apetece-me vomitar OMG" (Como o compreendo)
"Esta e para ti FILIPE para qe nunca te esqeças de mim!!!" (O Filipe deve estar rejubilante)
"opa.!!!e um videu msm kidh.!!!n xei.!!1max u kuelhinh e a koiz maix ffa k ja vi.!!!max kidh.!!!1opa u kuelhu e ffo a muzik e wind.!!!e msm um videu prefeith.!!! " (Pede-se um tradutor de polaco)
"Apaixonei.me por este coelhinho!!!! alias, n dvo ter sido a única... ker dzr km é k resiste a esta coisinhah fofahhh.... hehe" (O Orelhinhas e o George Clooney, não sei quem tem mais sex-appeal...)
"Filho lindo..é para ti esta canção..Tua sempre mãmã." (É sempre triste ver crianças mal-tratadas.)

OK, para todos os que não tomaram arsénico a meio e conseguiram chegar até ao fim, eu despeço-me com a minha maior estima e com um chuto no derrière! Porquê? Porque me apetece.Tenho de ir tomar um Xanax 2 mg e ir dormir um pouco. Fiquem por aí.

Notícias...

Pois é, meus doces, eu, na sexta-feira, vou-me embora para a Hungria, que fica, lá para o centro da Europa... E portanto, o meu blog não vai, assim, avançar muito em termos de artigos... também, para eu ter algumas férias de vocês... Eh, pá! Não se riam tanto. Se querem dar pulinhos de alegria, esperem que eu me vá embora. E portanto, eu, na quinta-feira vou escrever no meu blog, pela última vez, antes da minha ida para Budapeste... ou não... visto estar marcada uma greve da manutenção da TAP para esse dia... e outra no dia em que eu regressar, por isso... Talvez fique por lá até ao Natal. Ou talvez não... Só para vos chatear.

Terrir

Eu gostava de saber... o que é que as pessoas andam a tomar. Deve ser algo potentíssimo... para aí algum cozinhado do Vítor Sobral... Para depois virem-me com coisas como: Crepúsculo, esse nome incontornável da literatura jovem adulto feminino, ser um filme de terror. Depende de como virem as coisas, porque a história é simplesmente isto:

Rapariga conhece rapaz, rapaz e rapariga sentem-se atraídos um pelo outro, embora tentem esconder os seus sentimentos (desenvolvendo uma espécie de Tango do Masoquismo). Rapariga percebe que rapaz é vampiro. Outro vampiro tarado vai atrás de rapariga. Rapaz salva rapariga. Vampiro tarado é destruído. Rapariga diz que quer ser vampira. Rapaz diz-lhe que não.

E é só isto. Basicamente, é o típico romance Playboy, mas para o público feminino. E isto implica TUDO o que as raparigas gostam que é: tensão sexual! Os dois andam ali, às voltas, um atrás do outro, mas não se tocam, não vá virar a boneca ao rapaz... ou à rapariga (que tem tanto ar de santinha como a Soraia Chaves). Rapaz esse que é, nem mais nem menos que Robert Pattinson, o Cedric Diggory do quarto filme do Harry Potter. E que, com tanto make-up branco e tanto baton vermelho, que as pessoas já só o destinguem do Jack Nicholson no Batman, porque o Jack tinha o cabelo verde, e mesmo assim era mais rosadinho de feições. E porque o Joker tem uns gostos mais escanifobéticos quanto a roupa.
Outra coisa que eu devo acrescentar é que, a autora dos livros, tem de facto um gosto espectacular para músicas: Linkin Park, Muse... sobretudo Muse... mas, ao menos que tente não levar isso ao ponto em que, quando o casal alfa (e tenciono fazer disto uma piada, para quem seja maluquinho da série dar uma palmada na testa) só falar de "Gosto de ti." ou "Tenho imenso medo de o admitir, mas..." ou "Já ouviste a última dos Muse?" Meu Deus! Eles só falam de sexo ou de Muse. E como os dois vão viver eternamente (ou, pelo menos, durante muito tempo), o que é que eles fazem quando os Muse acabarem? Morrem. Explodem um com o outro. Apresentam um divórcio por falta de Muse.

Pontos bónus: Os vampiros são monogâmicos, tipo lobos (incrivelmente, os lobisomens não o são e, pelo menos na história, podem "reservar" as raparigas que quiserem). Que mais uma rapariga pode querer? Han? E a capa do livro é... o fruto proibido... uma maçã! E não é a da Apple.

E depois disto tudo, anunciam isto nos folhetins como "Terror" para Maiores de 12. Desde quando um filme para Maiores de 12 é de terror. A tentativa mais próxima de alguma coisa como essa é... o Van Helsing. Que, por acaso, também tem um vampiro que também deve ter uma colecção enorme de Linkin Park no seu castelo. Para dizer: "Não! Não tenho coração! Não sinto amor! Nem medo, nem alegria, nem pena. Eu sou vazio... e viverei para sempre" ou então: "Eu estou em guerra com o Mundo. E com toda e qualquer alma viva que nele habite.".
Se eu tivesse de ser lenda urbana, eu optaria pelo lobisomem. Porque, ser vampiro é um bocado chato. "Ai, os problemas que eu tenho com a minha mente! Ai, que eu não consigo viver assim." E ficar assim para a eternidade. Como é que querem ficar com "ai os problemas" para a eternidade? Eu comia uma réstia de alhos e ia passear para a Sé. E, por falar em alhos, ia ficar impossibilitado de comer pães de alho, e quem me tira os meus pães de alho, tira-me tudo. E também, ser lobisomem, uma vez por mês, sempre é mais estiloso do que ficar com a cara da cor do papel e com os lábios da Bárbara Guimarães ad eternum perpetua seculae seculorum. Mas isso sou só eu...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A Árvore, o Globo, e o Cartão

Se há coisa bonita em Lisboa são as iluminações de Natal. Eu não consigo passar pela rua Augusta sem pensar que estou a assistir a um programa da Universidade Aberta ou da National Geografic interpolada por anúncios à Swarovski. Em contrapartida temos a Avenida de Roma ou a Avenida de Berna que estão umas tristezas em termos de decoração. Só falta, em vez de enfeites colocarem uma fiada de luzes de Natal com música à roda dos candeeiros (candeeiro sim, candeeiro não). E eu só posso meter aqui um textinho do Bruno Nogueira e do João Quadros sobre as iluminações de Natal que passou na edição do Tubo de Ensaio de 10 de Dezembro. Cá vai, e espero que se aborreçam de morte e... adeus:

"Olá... Hoje, abro o meu Livro de Reclamações no volume 6, página 280, para reclamar a plenos pulmões, (e, também, com a ajuda importante de parte dos brônquios) contra as decorações de Natal que por aí andam.
Eu já nem falo naquela moda PARVA, do Pai Natal pendurado do lado de fora da janela. Até há pessoas que penduram o Pai Natal na bandeira portuguesa que ainda está pendurada desde o Europeu. Eu, cada vez que vejo um Pai Natal, de saco às costas, a tentar entrar por uma varanda, sinto sempre que, para ficar mesmo bonito, ainda faltava uma rena a tentar arrombar a fechadura da porta do prédio, só para completar. Eu só consigo perceber esta ideia porque também tenho o meu lado exibicionista, e compreendo estas pessoas que apreciam ter um velho de barbas a espreitar pela janela do quarto. Mas isto também foi só um àparte, derivado a substâncias que se fumam a nível de coentros.
Eu não sei se já repararam, mas isto, longe vão os tempos em que as decorações de Natal só queriam alegrar e iluminar e não nos queriam vender nada. Hoje em dia, isto que temos nas nossas ruas, não são decorações de Natal, são logotipos de empresas, com luzes que piscam e um bocadinho de azevinho em cima. As luzes da árvore de Natal da ZON, só falta escreverem o custo de uma assinatura da box. Não pode ser. E a Praça do Comércio também está toda apanhadinha... Está vendida à TMN. A Praça do Comércio, neste momento, é da TMN. Tem é, lá, um bocadinho da Praça do Comércio, mas aquilo, basicamente é uma sede da TMN. E depois, mas esse, para mim, é o melhor de todos, que é: O Cristo Rei, quando uma pessoa vai a atravessar a ponte, e olha-se para o Cristo Rei, e tem uma saiinha com luzes da Samsung. Samsung! Uma saiinha com uns anjinhos... Mas onde é que nós estamos, pá?! Os miúdos já perguntam quando é que vem o senhor da TMN de barbas brancas que traz as prendas, e estão chateados porque a nossa árvore de Natal só tem bolas em vez de anúncios. Eu tive de ir pendurar uma placa a dizer Millenium, no lugar da estrela e luzes que tocam a música da Vodafone, senão eles não iam para a sala.
Isto tem de parar. Eu aposto que, a seguir vem o Presépio da Audi, ou da Volkswagen, com o novo Golf no lugar da vaca, e uma versão do São José a gasóleo e a Nossa Senhora a ter problemas em segurar a cabeça, não porque esteja com sono, mas porque lhe puseram o símbolo da Audi no lugar da auréola. Uma pessoa está à lareira, com os miúdos, na noite de Natal, a contar a história do senhor da Coca-Cola, que vem num trenó alugado à Avis, com seis renas gentilmente cedidas pelo Talho de Campo de Ourique.
Vamos parar com isso, está bem? Vamos parar com essa parvoíce de um dia para o outro, se for possível. Que estoirem todos. É preferível ir para a Avenida da Liberdade dar com a cabeça nas árvores, porque está escuro, do que ter um Menino Jesus que me ilumina, mas que está vestido com uma fralda Lindor para incontinentes. Está bom? Qualquer dia já estão a por intervalos para publicidade nas caixas de música para os bebás. O que também era de se pensar nisso. Adeus, e Bom Natal, da Ucal para todos."

domingo, 14 de dezembro de 2008

Palestina no Coração

Eu acho verdadeiramente espectaculares (vocês já devem estar fartinhos desta expressão) aquelas coisas que põem nas autoestradas para abafar o ruído. Eu vou muito bem pela A1 em direcção ao Norte e não é que me começo a sentir rodeado de paredes de um tom de verde super-hiper-mega-ri-soturno. Eu senti-me literalmente a andar por um corredor do Egas Moniz, em vez da A1, a rolar numa maca, em vez do coupé. E isso é preocupante, porque eu comecei a sentir-me um doente em vez de um passageiro. Já só estava à espera de passar pela secção de oncologia da A1 e por um cartaz publicitário do Fernando Pádua a avisar-nos que é Natal, mas que é melhor não abusar do bacalhau durante a Consoada por causa do nosso coraçãozinho.
Eh, pá... Que carrada de idiotas pululam por aí. Quem é que gosta de, em vez de ver a magnífica Lezíria do Tejo, ver uma parede com um tom de cor ainda mais suspeito do que a cor de cabelo do Diogo Amaral na Floribella.
O único outro sítio do Mundo que se pode comparar à A1 é... a fronteira entre a Palestina e Israel, que também tem placas de betão a separar os palestinianos dos israelitas que, riam-se vocês do Muro de Berlim. A única diferença é que aquilo aguentaria com um míssil atirado contra a parede, enquanto, que aquelas placas de betão da A1 estremecem sempre que pousa um pardal lá em cima.
Vá lá... Usavam árvores. Abafavam o ruído e não destruíam a paisagem. Não era preciso fazer um paredão que mais parece para praticar fuzilamentos para abafar ideologias (lá estou eu com a Mafalda de novo), em vez de abafar ruídos. Não me digam que ainda não tinham pensado nisso.
A não ser que seja para fomentar a arte urbana, porque os writers todos devem estar ansiosos por pintar aquilo tudo de cima a baixo. Deixem de passar pela A1 com a BT e vão ver. Até as lâmpadas vão ficar de cores diferentes, a parecer luzes de Natal que projectam tags pelo chão da autoestrada fora. Fiquem com estes pensamentos e... adeus.

sábado, 13 de dezembro de 2008

NOOOOOOO!

Rescaldo do jogo Benfica-Leixões.

Se o Benfica ganhasse eu tomaria um calmante, para ir para a caminha mais descansado.
Se o Leixões ganhasse eu tomaria uma bebida espirituosa, para me esquecer do que se tinha passado.

Vou agora ter um encontro a dois com um Johnnie Walker Red Label. Esta é para ti Reyes!

Um Gravador na Cabeça 8 - The Wrath of Recorder

Bem, sabendo que já vamos em oito edições, é natural que comecem a haver repetições. É como o Saw VI, vamos ficar a saber o que aconteceu ao que aconteceu ao outro que se foi embora pela neve sem um pé no primeiro filme, porque já não têm imaginação para inventar mais nenhuma desculpa para desmembrar pessoas. Começamos a semana particularmente darker and edgier com Metallica e Linkin Park. Depois temos uma mudança de 180 graus e passamos para músicas ligeirinhas. Regressa a música brasileira, Chico Buarque, como não podia deixar de ser. Passamos para o repetente Moulin Rouge! (ainda por cima com uma das músicas menos espectaculares de todo o reportório. Gosto muito mais do Come What May (reprise) e o El Tango de Roxanne.) Temos outra vez a alegria sensual de Bajofondo na segunda visita de P'a Bailar. Depois temos uma estreante, a Britney Spears! Com duas músicas das quais eu já falei neste blog. E foi assim, a minha semana. Fiquem bem.

Domingo – Enter Sandman – Metallica



Segunda – Lying From You – Linkin Park



Terça – Ela faz Cinema – Chico Buarque



Quarta – Elephant Love Medley – Moulin Rouge!



Quinta – P’a Bailar - Bajofondo



Sexta – Kill the Lights – Britney Spears



Sábado – Circus – Britney Spears

Frustração Musical 3 - Problemas Imobiliários

Outra música (e isto vem a propósito dos anúncios dos classificados) que me mexe com os nervos é outro hit da música nacional chamado: “Pequeno T2” do Ricardo Azevedo (tem menos garra que Serafim Borges mas mesmo assim ainda se presta para qualquer coisinha). Quer dizer… Esta música é sobre um tipo que está farto de viver em casa dos pais e quer arranjar um apartamento só dele. E reparem na letra.
Começa assim: “Eu sonhei que o mundo estava a acabar” É verdade. Ele tinha arranjado uma carreira musical. É um sinal do fim dos tempos. Até aqui tudo bem. “E isso fez-me pensar / Em tudo o que me resta fazer / Lamentei tudo o que não fiz”. Mas ele está assim TÃO VELHO?! Mas ele nasceu em 1977! Quando ele escreveu esta música tinha 30 anos! Bem sei que para muitas pessoas que eu conheço é pouco menos que o dobro da idade delas, mas… Ele tem, em média, mais 45 anos pela frente! E, no entanto já está a dar numa de My Way à portuguesa? E eu digo “à portuguesa” porque isto não tem ponta que se compare com a versão do Sinatra.
Agora, AGARREM-SE porque vem aqui o peso pesado da música. Leiam depressa porque se demorarem mais do que 4 segundos com os olhos aqui pousados pode causar cegueira temporária. Pelo menos das duas vezes que eu li a letra tive de ficar quietinho durante um quarto de hora até que passasse. Cá vai: “Vou fintar qualquer obstáculo / Para concretizar os meus sonhos.” Raios! Está acom ecçar outrsvex! Um segjume9,,, OK. Isto é chato. Agora eu tive de pedir à pessoa mais próxima de mim para escrever aquilo que eu estou a ditar, só para vocês não estarem a olhar para o ar durante um quarto de hora… Isto é assim. Em poucos segundos temos uma letra que tem duas das palavras listadas no “Compêndio de Palavras Estúpidas que Podem Ser Postas numa Canção”. Elas são “Obstáculo” e “Concretizar”. Ler este compêndio daria jeito a muitos músicos. É muito completo, vai desde “Abrécula” a “Zigossomático”. Já agora, a outra música também tem várias: “Alcatrão”, “Férrea”, “Tosca”, “Polícia” etc., etc., etc.. Quer dizer, quem é que vai por “Concretizar” ou “Obstáculo” numa música??? Se isto fosse um rap ainda passava porque eles falam tão depressa que uma pessoa não percebe dois terços do que eles dizem. Também, falar depressa não é propriamente uma música… Mas pronto.
Enfim. Depois vem o refrão… O que é que posso dizer sobre uma música na qual o tipo diz que vai virar a vida de pernas para o ar. E o que é que ele faz? Vai viver para o Burundi? Vai inscrever-se na Força Aérea? Vai subir o Big Ben pelo lado de fora sem equipamento de escalada? Vai nadar até à Nova Zelândia? Vai trabalhar para a UNICEF? Não. Vai comprar um T2. Se bem que se for um T2 na Amadora, de facto seja como ir viver para o Burundi… mas não vamos exagerar! Agora vêm os caprichos. Tem de ter vista para o mar… Ahm… e tem de ter um jardim. Um apartamento COM JARDIM! Mas o que é que este tipo anda a tomar? De certeza deve ser a mesma coisa que o Serafim (amei o nome) anda a experimentar. Ou então o T2 é no Rés-do-Chão e aí tem jardim… e um alarme super-sofisticado, um guarda à porta, três dobermans a patrulharem a casa, uma porta blindada e paredes mais grossas que as do Forte Knox, só para terem a certeza que não são assaltados. Pois, que Portugal anda pelas ruas da Cova da Moura, com dez assaltos a bombas de gasolina por dia. E ainda quer um carro com tecto de abrir! A capota feita de titânio sem dúvida, para ter a certeza que ele não desaparece ainda antes de sair do stand, sem dúvida…
Isto, para não falar que é aqui que está o melhor verso que eu já alguma vez ouvi: “Um pequeno T2 / Onde podemos viver os dois.” Ou seja: T2 pode rimar com o quê? Com DOIS! Nem o Luís de Camões se lembraria desta! O Avô Cantigas deve estar a roer-se de inveja com esta rima. “Como! Como é que aquele idiota consegue fazer rimas ainda piores que eu? Se eu me tivesse lembrado daquela, tinha feito o anúncio para o Millenium e ainda tinha ganho mais massa!”
Mas o melhor ficou para o fim. O idiota do Ricardo Azevedo diz que: “Só me falta arranjar um emprego.” Mas quem é que este tipo pensa que é? Só por ter feito um anúncio para o Millenium pensa que é o filho do Jardim Gonçalves? Para teres dinheiro para arranjar uma casa é preciso ter um emprego… e depois precisas de poupar muito e talvez, lá para os 65 anos consigas arranjar uma casa, OK? Mas onde é que este tipo estava com a cabeça para pensar que conseguia arranjar uma casa para estar com ela, só com ela… Eu acho, que para as expectativas económicas dos portugueses, sinceramente, isto teria de ser alterado para “Uma pequena arrecadação” ou “Um pequeno banco de jardim”.

Fiquem com a música (e o vídeo, que é dos bons. Só para começar, com tanto abanar a cabeça, o cérebro do Ricardo já deve ter ido à casa de banho vomitar):



E com a letra:

Eu sonhei, que o mundo estava a acabar
E isso fez-me pensar
Em tudo o que me resta fazer
Lamentei, tudo o que não fiz
Vou fintar qualquer obstáculo, para concretizar
Os meus sonhos

Apenas...
Tenho que virar
A minha vida de pernas para o ar
E procurar, uma casa
Para eu morar

Um pequeno T2
Onde podemos viver os dois
Com vista para o mar e um jardim
Um carro com teto de abrir

Só, me falta arranjar um emprego
Para poder estar contigo
Só contigo...
Vou tentar...
Encontrar!!

E eu vou tentar encontrar uma música que não faça doer a cabeça. Adeus.

Frustração Musical 2 - O Nome da Rosa

Eu vou começar a falar sobre uma música que me marca todas as manhãs. Sobretudo pelo facto do meu cerebelo começar a tentar sair pelo meu umbigo sempre que oiço os primeiros acordes. A música chama-se: Rosa (Do Teu Jeito de Ser) e é da banda Classificados. Só pelo título promete. É assim tipo romance da Margarida Rebelo Pinto, responde a qualquer tipo de pergunta. Por exemplo: Quem é que vai chegar ao fim do livro sem ter tentado arrancar os olhos como auto-defesa e protecção da mente? “Sei Lá!”, “Pessoas como Nós”, “Vou Contar-te Um Segredo…”. Apesar de ser um título a atirar para o vitoriano não há ninguém que responda a “O que estás a ouvir?” desta maneira:
_Ah! É o Rosa (Do Teu Jeito de Ser) dos Classificados! É muito gira…
Então não é já razão mais do que suficiente para mandar um tipo que diga isto para uma instituição de apoio a deficientes mentais? Agora imaginem o que o Estado vai perder em dinheiro para a súbita enchente de pessoas no Júlio de Matos, por causa de uns Classificados. Sim, claro, porque como sabemos, vão já aí começar a dizer coisas dessas, porque isto é Portugal e é tudo muito fraquinho, muito tapadinho, já é hábito…
Mas pronto. Eu gosto muito desta música pois a letra podia ter sido escrita por mim, quando tinha 4 anos e mal sabia o significado de algumas palavras. E mesmo assim, não sei se… se teria este espírito poético tão profundo como o Serafim Borges (é assim que eu vou chamar ao meu primeiro filho. É Serafim e é Alguidar, que também é um nome muito bonito.) que escreveu esta música e a canta, todo feliz com a sua invenção.
Começa logo com: “Escrevi o teu nome na linha férrea, para que o pudesses ler. Mas tu passaste a cem à hora sem tempo para o ver.”. OK… Há pessoas que escrevam o nome das pessoas que amam nas árvores, nas paredes, nas portas das casas de banho públicas e na linha férrea. Se bem que as portas das casas de banho públicas também sejam um sítio extremamente romântico (Então ao pôr-do-sol… Ui! Até ferve!)… eu acho que a linha férrea não lhe fica atrás. Aliás, a linha férrea está no Top 10 dos sítios mais escritos. Só ultrapassado pela cara do Sócrates (mas que basicamente se limita a “Burro!” escrito na testa e uns bigodes muito grandes, tamanho 37, género Dalí). Quem é o energúmeno que vai escrever o nome da sua amada numa linha férrea? Que, como sabemos, é um sítio que dá muito nas vistas. As pessoas passam o dia a passear junto à linha férrea só para lerem o que lá está escrito! É vê-las em filinha indiana, muito lindas. Depois vêm um comboio elas têm de se agachar, ainda de vez em quando perdem um bracinho ou uma cabecinha (nada que não se resolva com um tubo de cola universal UHU disponível em qualquer Papelaria Fernandes), mas, assim que o comboio passa, elas levantam-se e lá vão elas todas contentinhas e lampeiras continuar a passear a ler o que está escrito nos carris.
Agora a sério. Não escrevam na linha férrea, é dum mau gosto desgraçado. Sobretudo porque a cada dez minutos passa um comboio por cima do nome da amada e isso quer dizer que nós gostaríamos de a ver espezinhada por um semi-rápido para Cascais de vez em quando… aí umas cento e catorze vezes por dia. Conclusão: Ele deve odiá-la. Não admira que ela passasse a cem à hora. Tinha decidido ir fazer o Interrail para a Sibéria só para o outro desgraçado não se poder aproximar mais dela! Ela estava, era, a fugir, que é diferente!
Depois, o nosso Serafim (lindo nome) o que é que faz. Dá numa de Volta a Portugal em Bicicleta! Tecnicamente ele faz o seguinte: “Fiz outra tentativa e escrevi no alcatrão. Mas nessa tosca avenida não passou o teu avião.” Isto tem a sua lógica. Eu nunca vi um avião a flanar (sim, não me enganei na letra) calmamente por uma avenida. Nunca vi um Boeing 747 a subir a Avenida da República. Nem um F16 a passar pela Almirante Reis. E porquê? Porque eles têm um sítio onde estar. Chama-se “Aeroporto”.
O que eu acho impressionante é que o Serafim (adorei o nome) SE ESPANTE pelo facto do avião onde ela ia (como vêem ela até optou por um método de viajar muito mais rápido.) não ter passado pela avenida. Mas o que é que este tipo anda a tomar? Já parece uma notícia que apareceu num jornal há uns tempos atrás em que se podia ler: “Detido foge de prisão de helicóptero.” E depois, como subtítulo está: “Polícia diz que montou barreiras nas estradas e não percebe como é que ele conseguiu fugir.” Vamos todos pensar nestes mistérios da vida.
Mas voltando ao que interessa. O refrão… sinceramente… vá… deixa a desejar. Vamos lê-lo em grupo… Façam uma rodinha… Isso.

Tens um nome delicado, não se pode escrever.
É preciso entrar em ti para te poder conhecer.
Não é nome que se diga, não é nome de mulher.
É da cor do teu vestido, é do teu jeito de ser.

Então? Gostaram? Por essas carinhas de sofrimento estou a ver que sim. O Serafim (nome fantástico) está assim tão desesperado? É preciso entrar em ti para te poder conhecer?! Alguém dê um tijolo a este tipo! Mas, de preferência, a alta velocidade, pela cabeça abaixo. E porque é que não se pode escrever o nome da rapariga? É assim tão frágil? Então deve ter sido bonito para os pais da criança a registarem. “Olhe eu vou dizer o nome dela, mas o senhor não o pode escrever. Pode murchar… Vai passar a ser um segredo só nosso…”. É claro, os pais do Serafim Borges (espectáculo de nome) quando o foram registar, tiveram de reanimar o desgraçado do homenzinho que ia a escrever o nome. E depois temos um esclarecimento. Não é nome que se diga. ENTÃO JÁ MUDA TUDO DE FIGURA… Então não se pode escrever porque é um nome feio. É mal-educado dizer o nome da rapariga em voz alta. É daqueles nomes que, quando são escritos em banda desenhada aparecem espirais, estrelinhas, punhos no ar e caveirinhas. Mas vamos deixar cair um véu pudico sobre esta cena e vamos assumir que o nome dela é Rosa (raios, escrevi o nome dela!).
Como é que uma pessoa tem um jeito de ser cor-de-rosa? Vamos deixar de pensar na Floribela que essa deu numa de pintar XX pretos nos malmequeres (e quando falo em X, falo mesmo, normalmente três ao mesmo tempo). E também não vamos pensar na rapariga das Chiquititas que essa é verde-alface com riscas cor-de-rosa (lindo, só superado pelo nome Serafim Borges). Resta-me dizer que aquele tipo com o nome chic a valer ficou sem ideias para continuar a escrever e teve de arranjar qualquer coisa para rimar. Porque eu nunca vi ninguém que fosse “rosa”.
“Em poucos dias toda a cidade estava pintada de rosa”. Ou seja, no mundo dele, virámos todos Floribelas e Zés Castelo-Brancos. Ainda bem que isto é só no mundo dele, porque senão eu ia já sujar o meu Versace para morrer de horror. Só apetece acrescentar: “E ficaram todos felizes e a cidade encheu-se de borboletas e as pessoas andavam todas com sorrisos parvos na cara e o boneco que se vendia mais era a Rosinha que canta: “Eu sou a Rosinha, a tua amiguinha, vamos dar as mãos e cantar uma canção!” e eu digo “vendia” porque apesar de ser um mundo cor-de-rosa não deixa de ser um Mundo.” Mas isso não chegaria aos calcanhares da solução que ele arranja: “E por todos os lugares lia-se o teu nome em prosa”…
Mas, que raio de bicho é esse de um nome em verso? Deve ser “banana”, com certeza. Mas banana não é nome de pessoa… É nome de macaco… ou de deputado (mas, neste caso, é um pseudónimo). Banana rima: “na” com “na”. De resto… Agora vamos pensar. Como é que o Serafim (nome com imenso plafond) quer que o nome Rosa seja escrito em verso? “Rorrosasa”? “Rosarrosa”? “Rosórrurosa”? Há coisas que me deixam com membros do Governo no sótão. Se repararem só está a dar motivos para a rapariga fugir dele (ainda para mais com a qualidade da canção.)
Mas de ti nem um sinal nem sequer uma notícia/A tua ausência prolongada era já caso de polícia”. Sem dúvida este tipo faltou à distribuição de cérebros. Então se alguém marca um encontro e a outra não aparece, é porque ela lhe deu uma tampa (eu, se fosse mulher, também dava). Não é preciso ir logo à polícia a dizer que ela tinha desaparecido, isso não é desgosto amoroso, é ser-se estúpido. A não ser que a rapariga não se chame Rosa, mas se chame Maddie, e aí faz todo o sentido. Excepto na parte da cor do vestido. “Olhe, temos aqui este vestido num tom cor-de-Maddie com motivos florais, muito bonito, todo em algodão”.
Mas agora vamos ao apogeu poético da música: “Tentei só mais uma vez escrever-te na terra molhada / E da noite para o dia eras uma semente germinada”. Que bonito! Eu acho que este até o verso menos mauzinho da música… Só porque é menos estúpido do que escrever o nome na linha férrea. Mas, mesmo só porque é impossível ser-se mais estúpido que isso. Desculpa lá Serafim, tu tens um nome fantástico mas as verdades têm de ser ditas…
E não, aquela transição no fim da música não fica bem… Fica pirosa. Não lembra ao macaco pôr: “Não é nome de mulher/É da cor do teu vestido/É do teu.../Tens um nome delicado”. Mas alguém lhe finalmente deu uma pancada na cabeça e provocou-lhe uma amnésia temporária? Ou foi o cérebro dele que com a qualidade da música avariou e fez como os computadores: “Houve um erro no sistema, o computador vai reiniciar. Lamentamos o transtorno causado.” A propósito, isso lembra-me uma coisa… Tenho de gravar o que já escrevi… Um segundo… OK. Portanto… Onde é que eu ia? Ah, sim.
Olhem. O que eu acho de facto bastante interessante é o facto destes Classificados fazerem as músicas a partir da secção de classificados dos jornais. Por isso eu tenho uma pergunta a fazer. Primeira: Mas onde raio é que eles foram buscar a Rosa nuns classificados? Segunda: Quero saber como é que vai ser o próximo hit deles? "Vendo um 4L barato, quase novo?" "Dou explicações de Biologia e Geologia?" "Aluga-se T2+1 na Reboleira?" Vão ser um mimo as próximas músicas. Pelo menos eu vou ter aqui um espacinho só para eles, para o caso de eles escreverem mais uma musiquinha. Só uma coisa, não façam músicas a partir da secção de Lazer dos classificados. É de muito mau gosto…
Fiquem com o vídeo e, se sentirem mal, ponham isto no Mute bebam um copinho de água açucarada.


Blacker than Blackout

Eu, confesso que nunca fui um grande fã de Britney Spears... E não é com isto que eu também vou lá. A única música que eu gosto dela é o Toxic. Já tinha ouvido o Womanizer e era o habitual da Britney. Agora, o Circus que saiu há pouco tempo fez-me ir dar uma espreitadela ao CD através do magnífico serviço que os senhores do Youtube fazem ao mundo da Música. As músicas têm, no global, menos força que as de Blackout. Estou a lembrar-me de, por exemplo, Piece of Me, o último grande êxito de Britney que era das músicas mais apropriadas para um remix de discoteca que eu já alguma vez vi e tinha um ritmo imparável. Comparemos com o pobre Womanizer que tem o seu quê de rítmica, mas não consegue chegar aos calcanhares de Piece of Me. No entanto Circus é uma bela surpresa, também no habitual estilo de Britney, mas com uma melodia que funcionava melhor com o ritmo que era suposto dar e aquela variação de tom utilizada no fim do pré-refrão. No Out from Under ou o My Baby temos umas baladas que me faz lembrar, de certa forma, o I'm Not a Girl, Not Yet a Woman, mas muito pop para resultar senão apenas como música de fundo. Unusual You e Blur são, provavelmente as piores músicas alguma vez escritas para Britney (pois, que ela raramente compõe as músicas, apenas as canta), um amontoado monocórdico de notas que se sucedem como uma morte lenta (Blur vai ao ponto de utilizar um efeito sonoro que me faz lembrar o MSN) . If You Seek Amy, ("tentem dizer isto depressa" dizem os críticos... se souberem inglês e se, sobretudo, souberem soletrar inglês, eu aconselho a fazer o mesmo, mas para ver o nível de convencimento a que ela chega). Tem um certo ar de música de Natal com duendes a cantar sob o efeito de crack. O melhor desta música é a descendente do refrão que começa com "All of the boys" para de repente travar numa nota que se repete antes de descair para um meio-tom abaixo (em "Amy"). É a música de Britney com mais força desde Piece of Me. Mannequin é outra música com nota negativa, mas que, sempre tem mais mérito que Blur pois o seu propósito é estar distorcida e desafinada. Lace and Leather é a habitual Britney Spears, não acrescenta nem tira nada a este CD. Podia passar sem ela. Mmm... Papi é uma música que, no mínimo tem piada. É de tal maneira sexy, atrevida e psicadélica que já escandalizou vários críticos mais puritanos pelo facto de ser hiper explícita. Mas é de tal maneira animada que depois de um Blur catatónico, é como chegar a uma festa. Shattered Glass é escrita num modo menor, quase doloroso, que funciona bem com toda a canção que, de facto, é o mantra dos ressentidos. E a onda de ruído que acompanha o "Lying shattered glass" é a cereja no topo do bolo.
Mas a coroa deste CD é, sem dúvida alguma, Kill the Lights. Começa normalmente, como uma música de discoteca e começa lentamente e vai ganhando corpo (e mostra que Britney consegue evitar a sua vozinha nasalada em "There's more to me than what you see") até começar com o refrão. Uma sequência de cinco notas que se sucedem numa sequência cada vez menor são de tal maneira bem escolhidas que nem parecem fazer parte de uma música da Britney Spears. É sem dúvida uma canção de ódio. De novo o alvo são os papparazzi, mas enquanto em Piece of Me, Britney era sarcástica, desta vez é uma verdadeira discussão com os fotógrafos. Talvez por saber o que se passa na vida de Britney, não deixo de notar a sensação de tragédia pop que lhe está inerente ao tom sombrio.
Eu acho irónico o facto de este CD se chamar Circus, pois foi nisto que a vida dela se tornou. Um circo em que ela é a apresentadora, a equipa de acrobatas e o palhaço. Desde a fúria e o ressentimento com o Federline (Womanizer, Out From Under, Shattered Glass), aos problemas com os filhos (My Baby) e ao facto de toda a gente estar vidrada nela (Kill the Lights, If You Seek Amy), não deixa de se sentir uma sombra negra no fundo deste CD. A sombra de uma estrela decadente que gostava de provocar escândalo e agora está a pagar o preço por isso. Quanto à nota final, pelas músicas e pelo que transparece delas dou-lhe: 6

PS: Eu gosto da participação especial de José Castelo Branco no Mannequin. Ora digam lá se ele não está bem? Esperem pelo refrão.