sábado, 25 de outubro de 2008

Muito Barulho por Quase Nada

Hoje fui, como não tinha mais nada para fazer e como até estava interessado, ver o que é que a Renault tinha preparado para o maravilhoso público português. Primeiro tenho de dizer que, quando cheguei lá, comecei a pensar no Paris-Dakar. Primeiro, porque aquilo estava o que se pode chamar de deserto. E depois, porque via carros de um lado para o outro da Avenida da Liberdade como se tivessem perdidos.
Para que é que os carros levavam co-piloto? Han? É assim tão difícil orientar-se na Avenida da Liberdade? Qual é a dificuldade de alguém se orientar num sítio que só tem dois sentidos: Para cima e para baixo? Será que os pilotos que eles contratam são disléxicos? Ou são apenas parvos?
E se os pilotos eram disléxicos, então os espectadores deviam sofrer de amnésia profunda. Pois só assim se explicaria o facto de estarmos constantemente a ver os mesmos seis carros a fazer as mesmas acrobacias de meia em meia hora.
E por falar de carros... O que era aquilo? Eu fui lá numa bela tarde de sábado que podia ter passado na praia (sim, praia a poucos dias do Halloween, não há nada que o aquecimento global não resolva) para ver Meganes e Lagunas eu vou a um stand. A única diferença é que não andam às voltinhas nem fazem criss-cross pela Avenida da Liberdade fora. Ah, e, por incrível que pareça, de todos os carros, o que eu vi mais vezes deve ter sido o Safety Car (ou lá como é que ele se chamava) para cima e para baixo a pisar ovinhos.
De resto a única outra coisa que eu vi foi um camião, dois carros parecidos com Clios, um pintado como se fosse um tigre, o outro como se fosse um leopardo (que me distrairam na medida em que comecei a pensar na Apple Macintosh) e dois carros de corrida. E mais nada.
E agora perguntam-me: "Valeu a pena?". Não, não valeu. Porque para além de eu conseguir ver mais Renaults enquanto vou do Galeto para o Saldanha, num dia com trânsito, foi uma enorme perda de tempo. Para não falar ao facto de ser um atentado a qualquer código de estrada. Pois, porque eu vi as coisas mais incríveis como carros a avançar como uma fila de Hell's Grannies pela avenida acima em contramão, a passar vermelhos, condutores a saírem do carro em andamento (3 km/h) e um polícia que não faz nada sobre o assunto. Pois, porque está explícito em qualquer código da estrada português que qualquer infracção ao código (por menor que seja) merece uma execução pública da carteira com requintes de sadismo, um dia atado ao pelourinho a ser chicoteado por um agente da BT e o um resto de vida a andar de transportes públicos (a não ser que se seja um administrador, aí até dão um beijinho e perdoam qualquer incómodo causado, mesmo que esteja um rasto de destruição, caos e morte por onde o condutor tenha passado).
Moral da História: Ler o programa das actividades de qualquer festival, antes de se ir lá ter é uma coisa deveras inteligente a fazer.

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