terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Danças com Estrumpfes

Pois é! Também fui ver o Avatar!
Pois foi... O Avatar...
Bom... Por onde começar?
O filme é espectáculo, do início ao fim. Agora, se é bom, é uma história completamente diferente.
Imaginem o Titanic. Montes de dinheiro para gastar, uma história com clichés matusaléns, uma grande direcção artística, uma miserável de uma história e espectáculo a dar.
Parabéns, Cameron. Conseguiste fazê-lo de novo!
James Cameron é um entretainer assumido. É verdade. É uma máquina de gastar dinheiro e de produzir ainda mais dinheiro. É um jogo do Monopólio ambulante. E perfeccionista ainda por cima.
Com o Avatar, tal como o Titanic, uma pessoa não fica aborrecida. Vê-se tão bem como se ouve a Céline Dion a cantar o My Heart Will Go On. Mas depois sai-se do filme e pensa-se: "Ena pá! Que porcaria de história!"
E é isto.
É claro que no filme nem sequer nos perguntamos porque raio é que os na'vi têm tranças desde que nascem (a vida intra-uterina dos na'vi deve ser cheia de surpresas) e que na ponta das tranças têm uma espécie de ligação USB (não estou a gozar) que fá-los comunicar com as diferentes espécies do planeta. Isso nem sequer se apresenta.
Mas o que é facto é que já estamos FARTOS de ver esta história milhares de vezes. Nunca no espaço, mas isto é uma cópia descarada do Danças com Lobos, só que com um final feliz e homens-gato azuis no lugar de sioux. Enquanto o Danças é feito de uma maneira contemplativa e terrível com o seu final, o Avatar apenas tem mais acção e ainda mais clichés.
Uma das coisas que me irrita nestes filmes de "ganhar óscares e conquistar plateias" é que tudo cai nos sítios certos porque é tudo previsível. A partir do momento em que se sabe que só houve cinco cavaleiros de toruks (penso eu que era assim que lhe chamavam), apercebemo-nos: "Ah! O herói vai ser um!" E sabemos de caras que aquilo vai correr tudo bem que a certa altura que a certa altura já estava a torcer pelo mau da fita, porque sabia que ele haveria de morrer. Por outro lado é um bocado preocupante a maneira leviana como o protagonista encara (mesmo que tenha um fétiche furry ou os instintos na'vi também estejam a despertar na mente adormecida do seu avatar ou até que esteja farto de ser paraplégico) a sua perda de "humanidade" por uma... ahm... "na'vidade". E a sociedade dos na'vi é tão perfeita. Não há nada que lá seja um problema. Nem sequer há violência, só em casos de força maior. Isto são uma versão mais adulta dos estrumpfes! Parece-se como viver no second life. Só os humanos é que são maus. Pronto, OK. Tudo bem. Serve a história e isso é o que interessa.
O filme não prima por boas representações, a melhor delas é a de Sigourney Weaver, que já é veterana em filmes deste género e está a fazer de avatar para o James Cameron (também não estou a inventar). Sem dúvida a melhor personagem é do Quaritch, que é o mau da história e é um colosso. Quer dizer... Ele dispara contra um alvo armado em movimento sem precisar de respirar. Ele salta de uma nave a explodir enquanto cai, sem poder respirar (deve ser campeão de apneia) e ENQUANTO ESTÁ A ARDER! Isto é o que o Terminator gostaria de fazer se fosse espectacular o suficiente. Com um mau destes, como é que poderia estar a torcer pelo bom?
Agora, em termos técnicos de efeitos visuais, sem dúvida que o Avatar merece qualquer tipo de prémio que lhe possam dar. É sem dúvida merecido e esmeraram-se. O "cotão" (como uma amiga minha chamou às sementes da árvore mãe) a flutuar é, para mim, a mais bonita invenção em termos pandorológicos. É sem dúvida uma festa para os olhos.
Em termos de soundtrack temos o habitual James Horner, que nunca falha a sua presença em filmes destes, que junta uns lugares comuns do seu trabalho (ouvimos os batuques e a voz húngara de Apocalypto e o piano do Uma Mente Brilhante). Portanto, não é assim grande coisa. A única altura verdadeiramente original é a faixa que cobre a queda da Hometree e o seu rescaldo.
No fundo, não irá ser um dia bom para Hollywood quando Avatar for escolhido como vencedor (óbvio) do óscar de melhor filme e melhor realizador.
Nota final: 6

domingo, 22 de novembro de 2009

Charro Virtual

Há quanto tempo que eu não vinha ao Facebook! Normalmente eu não tenho grande paciência para coisas dessas. Mas o que é facto é que é extremamente divertido. Creio que é mais ou menos a sensação que as mulheres têm quando entram numa loja de roupa só para experimentarem coisas. Eu ainda estou para saber como é que me diverti tanto a assinar uma petição e a saber que 50% dos meus amigos são raparigas.

sábado, 21 de novembro de 2009

Post Postum

E aqui está o melhor trailer do 2012. Pena que seja fan-made.

O Fim do Mundo

Parafraseando o Tubo de Ensaio, 2012 é daqueles filmes em que uma pessoa sai do cinema deixando para trás bocadinhos de pipocas e de edifícios.
Ora bem. O 2012 está para o Dia Depois de Amanhã como o primeiro Transformers para o segundo. Este é maior, mais ruidoso, mais destrutivo, mas não necessariamente melhor.
Mas o que é que o faz melhor do que o Transformers? Por duas coisas:

1- Roland Emmerich é mais contemplativo e não tem aquela maravilhosa mania da câmara histérica, que parece as hormonas dum miúdo de 13 anos.
2- Roland Emmerich assassina as ciências da mesma maneira despreocupada do Michael Bay. Mas ao menos assassina ciências menos óbvias que o Michael Bay (ainda estou atravessado com aquela de Petra e Gizé serem em Eilat, Israel, que, pelos vistos, está do outro lado da Jordânia para quem vem do Cairo).

E isso faz toda a diferença. Enquanto o Mike teria posto os heróis a atravessarem o Pacífico numa avioneta, o Rollo ainda os faz ir a Las Vegas "buscar" um Antonov. Benditos os tempos em que o Mike fez o Armageddon e ainda estava contido nessa sua demanda de torpedear o "willing suspention of disbelief".
(OK, era mais fácil treinar astronautas para serem perfuradores do que treinar perfuradores para serem astronautas, mas isso não é daquelas coisas em que facilmente pensamos enquanto estamos no cinema.)
Passando este ponto. Em 2012 podemos apreciar quantas vezes é que uma pessoa pode escapar de ser morta por alguma espécie de catástrofe natural (sem dúvida a Amanda Peet e o John Cusack batem todos aos pontos, conseguem fugir de um abismo a abrir-se à frente ou por detrás deles por 6 vezes, escapam 2 vezes a uma nuvem piroclástica e passam por 4 vezes através de estruturas a ruir, saltam de um avião de carga dentro de um Bentley e ainda escapam ao maior tsunami da História desde os tempos de Noé com um aplond invejável.).
Pelo lado positivo da história: São nos apresentadas mais de 40 personagens diferentes e não nos perdemos. Os gráficos de CGI estão absolutamente fabulosos e há cenas de destruição deliciosamente gratuitas (eu tenho a certeza absoluta que a cena do Vaticano foi só para poder meter o tecto da Capela Sistina a rachar precisamente entre os dedos de Deus e Adão). A primeira parte (que este filme é de tal maneira grande que tem intervalo) é a melhor das duas. Vemos a tensão a acumular-se gradualmente até à melhor cena do filme que é a fuga de Los Angeles, digna de figurar entre o congelamento de Nova Iorque do Dia Depois de Amanhã e a bola de fogo no túnel do Dia da Independência como as melhores cenas de Roland Emmerich. Ainda temos as tiradas de humor negro típicas de um filme deste género (A última cena do Charlie, as velhinhas a guiar, e a cena do Bentley são as mais óbvias, mas há mais).
Do lado mau temos o fim que não têm a mesma emoção que o início. Tal como qualquer filme de desastre pega em todo o tipo de clichés, por mais velhos que sejam (eu já estava à espera de ver uma loura atada a uma via férrea por um vilão de bigodes retorcidos e chapéu alto mas isso não aconteceu). Não que o uso de clichés seja totalmente mau. O Moulin Rouge! é uma verdadeira floresta de clichés mas não deixa de ser um dos meus filmes preferidos. O que é mau neles aqui é que tornam o filme formulaico conseguimos praticamente ver a mesma estrutura deste filme no Dia Depois de Amanhã e no Dia da Independência... O que é pena. E o tamanho deste filme torna-o cansativo e depois de tudo o que se passou, o fim parece pecar pela falta de acontecimentos ultra-emocionantes.
Por isso eu dou-lhe um .

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um Pequeno Pop-Up


ROLAND EMMERICH
A vandalizar património da UNESCO consigo desde 1996!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Xmas...


Como é que os ateus celebram o Natal? Com presépio?... Com um São Nicolau pendurado da janela?... Ou, talvez, com a Árvore da Vida na sala de jantar?...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Capítulo 4 - Uma Nova Aquisição

A Dora Valente é uma personagem que nem sequer é mencionada na história anterior pois entrou na escola no 2º Período vinda de Sintra e era... estranha. Perfeita em termos de aulas e destrambelhada em termos pessoais. O pseudónimo dela aqui vem da Doreen Valiente, procurem por ela, por alguma razão é.
Enfim. Tenho dito.


Cena 7

Dora Valente está sentada à frente de Branco. Estão ambos no Gabinete espaçoso e ricamente mobilado do último. Branco está inclinado para a frente, os cotovelos apoiados na sua secretária e as mãos unidas, com os nós dos polegares encostados aos seus lábios, prescrutando a rapariga à sua frente. Dora, por sua vez, segura num capacete e está a olhar, de certa forma, curiosa para Branco, com a cabeça ligeiramente inclinada para a esquerda.

BRANCO: A senhora entende que tem um curriculum maravilhoso. Para quê vir trabalhar para aqui? Sabendo que eu pago uma miséria aos meus funcionários e os obrigo a trabalhar que nem uns escravos...
DORA: Ah... Só porque fica perto de casa. Eu moro já aqui ao lado. Questões práticas... E também... Todos os empregos que existem em Portugal são da F&I, não vejo qualquer razão para ir para outro lado.
BRANCO: Hum...
DORA: LOL...

Cai um silêncio pesado na sala.

DORA: Quer uma pastilha?
BRANCO: É de quê?
DORA: Hoje é de... (verifica o rótulo da embalagem) framboesa.
BRANCO: Pode ser.

Dora atira o pacote a Branco. Este apanha-o a meio do ar, tira uma pastilha e atira de novo o pacote a Dora. Esta agarra o pacote e também tira uma pastilha.

BRANCO: Obrigado.
DORA: De nada.

Cai de novo um grande silêncio na sala, desta vez entrecortado pelo som de mastigar e de um ou outro balão que é soprado por parte de um deles.

BRANCO: Já agora, aproveito para dizer que estamos numa empresa muito selectiva em relação aos seus funcionários. Desde já quero mostra-lhe o que é que eu faço aos funcionários que me desiludem. Venha para este lado da secretária.

Dora levanta-se e vem para ao pé de Branco. Este, carrega no botão do intercomunicador e fala para o seu interior.

BRANCO: Ó minha lesma repugnante, vem cá para cima.
HUGO (V.O.): (Suspirando) Sim, chefe.

Branco larga o botão do intercomunicador e vira-se para Dora.

BRANCO: A propósito, esta vai ser a pessoa com a qual a senhora vai trabalhar. Ou melhor, contra o qual vai trabalhar.
DORA: Contra?
BRANCO: Sim, contra. Na F&I acreditamos na competição e não na cooperação. Se houver cooperação, os funcionários desleixam-se e saem para ir tomar café e coisas dessas. Se os obrigarmos a competir uns contra os outros, esmeram-se no trabalho que lhes foi dado, só para manter o emprego.

A porta abre-se e entra Hugo.

HUGO: O que é que quer de mim, Mestre.
BRANCO: (Virando-se para Dora) Já somos amigos à muito tempo... (Para Hugo) Avança... aí uns cinco passos.

Hugo dá cinco passos para a frente.

BRANCO: Agora dá um passo de bebé para a direita.

Hugo dá um passo de bebé para a direita. Branco então carrega num botão vermelho ao lado do intercomunicador e um alçapão abre-se e Hugo cai com um grito. Ouve-se um baque, muito lá em baixo. Branco carrega num botão do intercomunicador.

HUGO (V.O.): Aaaaaah! As minhas costas.
BRANCO: Vá lá. Não sejas choramingas. Estava só a demonstrar à nova funcionária o que é que fazemos a quem nos desilude.
HUGO (V.O.): Mas dantes isto tinha um colchão!...
BRANCO: Não te queixes, tive de vender o colchão para combater a crise. Também queres sempre tudo... Vá. Vem para cima e depressinha que vais ter de fazer um relatório inteiro de Área Projecto para hoje à tarde. Hum?

Branco vira-se para Dora.

BRANCO: E pronto foi isto.
DORA: Uau! Isto foi giro? Posso?...
BRANCO: Hunnnfff... Ok, está bem. Mas é só desta vez. (Carrega de novo no intercomunicador.) Filipe, chega cá.

Filipe entra na sala.

BRANCO: Dá cinco passoas para a frente e um passo de bebé para a direita, pode ser?

Filipe faz o que lhe ordenam. Dora, então, carrega no botão e o alçapão abre-se. Filipe cai pelo buraco com um grito semelhante ao de Hugo.

HUGO (O.S.): (Muito ao longe) Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não!

Ouve-se um baque e o som de uma pessoa a cair em cima de outra. O alçapão fecha-se.

DORA: LOL. Isto é giro! Muito obrigada.
BRANCO: Já sabe qual é o trabalho a fazer.
DORA: Fazer um relatório para hoje à tarde, eu ouvi.
BRANCO: Muito bem. Até logo.
DORA: Até logo.

Dora abre a porta e sai.

Não percam o próximo capítulo: Capítulo 5 - O Poder das Flores

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Capítulo 3 - Chá e Cruzes

Diana foi uma ex-delegada da nossa turma e é, tal como as suas duas amigas uma típica tia da Avenida dos EUA. É uma personagem praticamente nova.
A Doroteia é uma das maiores personagens da outra história. Toda a gente que vem planear homicídios vai à Doroteia's Tea House (o nome dela é outro, mas não resisti a fazer a piada) para os delinear. Porque é que vão lá? Porque ninguém suspeita que se planeiem homicídios numa casa de chá. Tal como a Miss Marple prova, isto é uma falácia. Em proporções gigantes.
Os hitmen de Branco, acabam por explodir com a casa de chá dela quando tentam escapar de Fernando Sanches, o senhor do mal que foi lá comer um par de tostas, pois tinha deixado queimar o pequeno almoço.
Quanto ao Tomás, Maria da Alegria e Filó são tudo personagens novas. A Maria da Alegria é a embaixadora do Vaticano que sucedeu à Natacha referida no capítulo anterior. Em Janeiro ficaremos a saber mais dela.
A Filó era uma professora hedionda que nós tivemos e era obcecada com burocracia e chorava de comoção quando os meninos queques apresentavam os seus trabalhos. É tudo o que têm para saber.

Cena 4

Um jornal que diz: “ELEIÇÕES NA F&I” dobra-se para mostrar a cara de Alice. Alice está com as amigas, Lili e Joana Roza numa casa de chá. Mas... ‘Pera aí... Esta não é?... Pois é! É mesmo o Doroteia’s Tea House, totalmente remodelado desde a grande explosão que houve quando Prata espirrou.

JOANA: Sinceramente, que falta de chá. Aparecer com aquele vestido horroroso. E aquela banana. Nem quero pensar nisso.
LILI: Ainda por cima numa cerimónia daquelas! Há que manter o nível! Ela parecia um palhaço!
ALICE: Meninas... Acabei de ter uma ideia estupenda.
JOANA: Conte-nos lá, miga.
ALICE: Aquele possidónio do Manecas ‘tá parvo de todo. Então não é que vai fazer eleições?
LILI: Não posso!
ALICE: Juro... E então o que é que eu pensei? Podia-me candidatar eu. Imaginem nos outdoors: “Alice a Presidente!” Que acham?
JOANA: Mas que ideia esplêndida, miga.
ALICE: (Chamando por Doroteia) Dori, pode chegar aqui, querida?

Doroteia aparece, empurrando um cake-walk.

DOROTEIA: Diga.
ALICE: (Apontando para o chá) Pode dizer-me o que é isto?
DOROTEIA: Chá preto.
ALICE: Não tem por aí nada que dê para celebrar? Champanhe?...
DOROTEIA: Ahn... Não. Mas se quizer posso trazer-lhe scones. Quer?
ALICE: Que fantástico! Traga três.

Cena 5

Alice despede-se, toda sorrisos, das amigas que se vão embora. Assim que as duas desaparecem da vista o sorriso de Alice morre, a cara descai e os olhos reviram.

ALICE: (Num tom de voz completamente diferente) Argh! Ainda bem que já se foram embora! Não as suporto! Doroteia, chega cá.

Doroteia aproxima-se e senta-se à frente de Alice.

DOROTEIA: Conta lá.
ALICE: Oh, meu Deus. Estou farta daquelas lontras... Uma com a religião e a outra com as compras, é de endoidecer! Ó... Já estou com cãibras de estar a sorrir!
DOROTEIA: Mas então vais candidatar-te a Presidente da F&I?
ALICE: Claro! Deves estar a achar! Chamem-me parva! Finalmente vou poder pôr este país no sítio. Nunca perdoei o facto do Branco ter deixado de apoiar o clube que tem o MEU nome! Ele vai arrepender-se tanto!...

Cena 6

Uma badalada retumba no ar seco e fresco da manhã. O sino, lento e pesado, dá as horas. Pássaros elevam-se no ar. Do interior do Mosteiro de São Vicente de Fora ergue-se, como uma ameaça, um canto gregoriano. Quatro pessoas atravessam um corredor alto, largo, de pedra e azulejo. Á frente, vem Maria da Alegria, seguida por Tomás Caldeira. Estão a ser ladeados por dois padres, cujas batinas adejam à sua volta, como os dois grandes corvos que acompanharam o cadáver de São Vicente. As suas passadas são apressadas, urgentes. Subitamente, os quatro viram à esquerda, para outro interminável corredor. Maria da Alegria vai compenetrada, sempre a olhar em frente, fixos num ponto do infinito. Tomás vai olhando para os lados, tentando compreender o que é que se passa, á medida que as arcadas de pedra se sucedem umas atrás das outras Os dois padres estão impassíveis, como dois guarda-costas profissionais. O som dos seus passos perde-se nos longos corredores do Mosteiro.

TOMÁS: Mas, o que é que se passa, posso saber?
MARIA DA ALEGRIA: Não. Fui apenas convocada para te trazer até aqui. Tudo o que se passar dentro estas paredes, será entre ti e o alto diplomata que veio do Vaticano, precisamente para falar contigo.
TOMÁS: Do Vaticano? Mas quem é? Decerto que saberás alguma coisa, Maria.
MARIA DA ALEGRIA: Como embaixatriz do Vaticano, nada mais te poderei dizer, são assuntos de extrema importância, tanto para nós, como para o Mundo. Já estou a falar demais. As paredes têm ouvidos, e nenhuma parede tem mais ouvidos do que a de uma cúria.

Ao fundo do corredor existe uma porta enorme e pesada de madeira esculpida. A maçaneta está tão polida e tão brilhante que reflecte o sol que entra pela janela à sua direita. Pelo chão, agora coberto por uma passadeira vermelha, estão semeados grandes rectângulos de luz solar. Os quatro param em frente à porta.

MARIA DA ALEGRIA: A partir daqui não te posso acompanhar. Terás de ser tu, e só tu a avançar.

Então, Maria da Alegria mete as duas mãos nos ombros de Tomás e olha profundamente para ele, como se ele fosse o seu filho, prestes a ir para a frente de batalha.

MARIA DA ALEGRIA: Boa sorte. E que Deus te acompanhe.

Maria da Alegria deixa cair as mãos. Tomás olha em volta, inspira fundo e agarra na maçaneta. Ele empurra a porta que se abre e penetra na outra divisão.
Ele fecha a porta atrás de si. Está numa sala enorme. Ao fundo, um retrato gigantesco do Sumo Pontífice cobre a parede de cima a baixo, enchendo a sala com a sua presença austera. Ao fundo da sala, está uma grande secretária de mogno e por detrás dela, num cadeirão de madeira e veludo está sentada uma pequena e sombria figura. Aos ouvidos de Tomás chega um pequeno soluço, como se a pessoa à sua frente estivesse a chorar.
Tomás olha em volta, como que pedindo socorro. Então, toma consciência que não pode voltar a sair nem sequer poderá chamar alguém. Que fazer? Tomás inclina-se ligeiramente para o lado e com um relutante sorriso amarelo, tenta chamar a atenção do enviado do Vaticano.

TOMÁS: Ahm... Desculpe... Por acaso precisa de ajuda?

A pessoa à sua frente levanta a cabeça e Tomás cala-se imediatamente quando se apercebe da identidade do seu interpelador. É Filó.

FILÓ: Não, não é preciso, obrigada. Estava só aqui a ler um relatório, tão bonito, tão bem feito. (Funga) Isto já passa. Sente-se.

Tomás olha para a emissária e só então é que repara numa pequena cadeira discreta colocada à frente de Filó, do lado oposto da massiva secretária. Tomás percorre a sala (o que ainda demora um tempo considerável) e senta-se, ficando cara a cara com Filó. Esta recompõe-se e olha para Tomás.

FILÓ: Muito bem. Vamos tratar do que interessa. Presumo que veja as notícias.
TOMÁS: Sim...
FILÓ: Então, está a par que o presidente da companhia que gere este país, a F&I, vai fazer as suas primeiras eleições desde a sua instituição, há 18 anos.
TOMÁS: Com certeza.
FILÓ: Por muito que nos custe admitir, Duarte Branco não é um homem que esteja do lado da Igreja Católica. Quanto aos outros candidatos...
TOMÁS: Outros? Mas como é que já há outros candidatos que ainda não foram anunciados?
FILÓ: A Igreja Católica tem muitos ramos, e a informação circula rapidamente por eles. (Mudando de tom.) Um deles só se vai candidatar por vingança, portanto não será, sem dúvida, uma pessoa em quem a Igreja confiará. Um cão raivoso nunca consegue guardar as suas ovelhas. A segunda candidata, já deve ter ouvido falar nela, é a Alice Mesquita d’Orey. Sabemos que é cumpridora dos preceitos religiosos, mas não tem a capacidade de ser um bom apoiante da Igreja Católica. Seria estar a apostar na cavalo errado, não sei se me faço entender. Quanto ao último, é um músico ligeiro... e ateu. Dificilmente Sua Santidade quereria dar apoio a um candidato com tal curriculum...
TOMÁS: E então?
FILÓ: Só nos resta uma opção, concorrermos com o nosso próprio candidato às Presidenciais na F&I. E quem melhor para representar a Santa Igreja que o senhor: Tomás Caldeira.
TOMÁS: Eu, Excelência? Eu não tenho valores para tal tarefa. Com certeza poderá encontrar alguém mais capaz do que eu.
FILÓ: Como quem?, por exemplo...
TOMÁS: A Maria da Alegria. Tem desenvolvido um trabalho espectacular como diplomata e...
FILÓ: (Cortando a palavra) A Maria, como embaixatriz do Vaticano, nunca se poderá candidatar a tal posto. Seria uma tremenda afronta para o Estado português aceitar tal proposta. Parecia que o Vaticano quereria estar a controlar o país.
TOMÁS: (Sorrindo) Mas, não será isso que a Santa Sé quer fazer ao nomear-me candidato?
FILÓ: Sem dúvida. Mas de uma maneira muito mais subtil, terá de o admitir.
TOMÁS: Mas mesmo assim... Tem de haver outra pessoa. A Natacha Machado. Afinal de contas, corre-lhe no sangue...
FILÓ: Acredite. Por muito boa que a Natacha possa ser... enfim... a Cúria Romana quer um candidato com seriedade. Duvido que candidatos que pulem frequentemente e convivam com bonecada fofinha sejam um exemplo de seriedade. Como vê... o senhor é tudo o que temos.
TOMÁS: Muito bem.
FILÓ: E não se esqueça. Esta e muitas das conversas que teremos no futuro, nunca irão existir. Ninguém poderá saber do que foi arranjado dentro destas quatro paredes.

Filó e Tomás levantam-se.

FILÓ: Aceita a sua eleição canónica como candidato à presidência da F&I por parte da Santa Igreja Católica e Apostólica Romana?
TOMÁS: Aceito, em nome do Senhor.

Então Filó, abre os reposteiros da janela mais próxima, enchendo a sala de luz. Depois abre a janela, que dá para a Feira da Ladra e anuncia ao Mundo, com os braços abertos.

FILÓ: Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus candidem!

A feira por debaixo da janela continua na mesma. Ninguém reparou em Filó.

FEIRANTE (O.S.): Velharias! Vendo velharias! Velharias novas e semi-novas!

Filó pára por um momento, comtemplativamente, como alguém que ficou muito orgulhoso do que fez. Depois, desfaz-se a chorar. Tomás aproxima-se de Filó.

TOMÁS: Mas, desculpe. Está mesmo a sentir-se bem?
FILÓ: (Soluçando convulsivamente) Sim. Estes momentos enchem-me de alegria. E pensar que te conheci em pequenino... Sempre soube que ias chegar longe.

Então a cara de Filó contorse-se toda antes de voltar a começar a chorar como uma Madalena arrependida, enquanto se recolhe de novo para a sala.

FILÓ: Tão crescido que ele está... (Mais choro) Isto já passa. Alguém tem um lenço de papel?...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Capítulo 2 - O Fim dos Paranóia

Estes, se vocês procurarem neste blogue vão ver uma entrada sobre eles. (Provavelmente não estão minimamente interessados mas eu vivo bem com isso) Posso dizer que um deles, que aparecia na outra história está em Paris e portanto não conquistou os direitos de permanecer nesta história. O Hugo nesta história não tem um papel tão activo como na anterior, em que era procurado pela polícia e por uma anarquista louca por ele e capaz de fazer tudo para o encontrar. O Hugo nesta história, até perto do fim, em que ele vai ter um papel vital, estará relegado a um papel secundário, a não ser para cenas de slapstick.
O Vasco é daquelas alminhas que se aparentam ser duronas por fora, mas são manteiga por dentro. Era o poeta da turma e normalmente era ele que escrevia as letras para as músicas dos Paranóia.
O Matos é uma personagem bestial pois é muito auto-suficiente... desde que esteja alguém por trás a ver quando é que ele cai. Para não falar que quando fez 14 anos (como tem uma maluqueira política) uma das prendas de anos foi inscrever-se numa dessas juventudes políticas. E por isso, nada melhor que a Bárbara (que na outra história apenas fazia um cameo) para ir com ele na sua campanha política. A Bárbara é daquelas raparigas que leva toda a gente à frente. E no subtexto, percebe-se que o Matos está apaixonadíssimo pela Bárbara só que ela está sempre a mandá-lo para trás.
É melhor não falar mais. Leiam.

Cena 2

Um jornal rodopia em direcção ao espectador e abre-se mostrando a manchete.

ARDINA (V.O.): Primeiras eleições no F&I desde sempre! Duarte Branco recandidata-se ao cargo de chefia! Sondagens mostram 100% de aprovação por parte do eleitorado. Extra! Extra!

Nesse momento, o jornal é agarrado pelo ardina que começa a distribuir os seus jornais grátis pelos carros, competindo com os outros dois ardinas de jornais grátis diferentes para ver quem é que distribui mais. Hugo, dentro do seu Smart cor-de-rosa abre a janela para receber os jornais, mas os ardinas enfiam-nos tão à pressa que leva com os três jornais na cara, dois nos olhos e um nos dentes, deixando-o inconsciente.

ARDINA: (Gritando pelo cruzamento fora) Notícias chocantes! Não vai crer nos seus olhos!

O semáforo passa a verde e os carros começam a andar. O único que fica parado é o de Hugo, por razões óbvias. Os carros atrás dele apitam para Hugo avançar, acabando por desistir e passar ao lado rogando pragas ao condutor desmaiado.


Cena 3

Hugo, segurando num rolo de papel e ainda esfregando o olho dorido, entra na garagem onde os Paranóia, ex-Punkada e ex-Missa se reúnem. Lá dentro estão Vasco, o baterista e Matos, o vocalista.

VASCO: Olá, Hugo! Porque é que te demoraste tanto?
HUGO: Foram as notícias.
MATOS: Encheram-te o olho?
HUGO: Ahah! Muito engraçado... Ou é impressão minha ou há algo de diferente aqui?
VASCO: Talvez por o Fonfom se ter ido embora? Ele agora deu em menino fino e vai passear para Paris, para Esmirna, e deixa-nos cá, a lidar com as consequências.
HUGO: Mas isso é natural. Ouve, o Kurt Cobain não deixou os Nirvana quando arranjou um bilhete para o Paraíso?
MATOS: Sim, daquele tipo de Paraíso Celeste.
HUGO: Coitado, fez uma bad trip... Mas quer dizer, nós aguentamo-nos. Ele era só o baixista, eu também sei tocar baixo! Os NOFX tiveram montes de elementos! Sobrevivemos quando a Natacha nos deixou para se dedicar à caridade a tempo inteiro!
MATOS: Pois sim, sofremos uma quebra de 70% nas vendas, só para ela ir fazer greves em laranjais!
HUGO: Olhem, não estamos aqui para falar de tristezas, olhem. Acabo de vir da fotocopiadora, olhem como ficou o nosso poster.

Hugo pega no rolo de papel e desdobra-o à frente dos outros. Vêem-se Fonfom, Vasco, Hugo e Matos em poses verdadeiramente espectaculares com os instrumentos que tocam, num fundo roxo e amarelo. Por cima das cabeças deles está escrito:

Paranöia

VASCO: Paranöia?
HUGO: Claro! Com um trema, tudo fica mais fixe. Os Blue Öyster Cult também usam um! E os Motörhead também!
MATOS: Isso não faz sentido. Com o trema, o nome da banda fica “Paranâia”. Parecemos um bando de atrasados da Madeira.
HUGO: Mas qual é o mal de ter o trema?!
MATOS: Nenhum, visto eu ir sair da banda.

Cai um silêncio incrédulo e algo incomodativo na sala. Um grilo canta algures na sala. Matos agarra numa lata de Raid e, rapidamente, pulverisa um dos braços do sofá em que está sentado. Ouve-se uma tosse muito pequenina e fininha e depois fica tudo em silêncio.

VASCO: OK, tu estás a gozar...
MATOS: Não, não... Foi muito bom o tempo que passei convosco, mas tenho outros projectos pela frente.
VASCO: O quê? Não me digas que vais fazer uma carreira a solo!
MATOS: Mais ou menos... Vai ser a solo, mas não é na música. É na política. Hugo, tu deves ter visto as notícias...
HUGO: (Que parece estar a desenvolver um olho negro.) Ai que piada! Vê lá se não te cai um dentinho...
MATOS: Abriram as eleições para a F&I. E eu vou concorrer!
HUGO: Mas como? Só existe um partido no Parlamento.
MATOS: Como independente. Não tarda nada, a minha directora de campanha vai chegar...

Nesse momento Bárbara Barbosa abre a porta e entra na sala, também segurando num rolo de papel, preso com um elástico. Provavelmente é outro poster.

MATOS: Falai no mau!... Bárbara! Estávamos mesmo agora a perguntarmo-nos sobre o teu paradeiro.
BÁRBARA: Por acaso eu estive dois minutos por detrás da porta, à espera que falassem em mim. Só pela piada.
MATOS: Ah... (Vira-se para os outros) Já devem ter apercebido que ela é...
BÁRBARA: Sim, sim. Já toda a gente percebeu. Ninguém é assim tão tapado como tu.
MATOS: (Disfarçando) Ah! Esta Bárbara, sempre com piadas giras... Eu gosto muito dela.
BÁRBARA: O mesmo não se pode dizer de ti. Ai! Chega-te para lá, minorca!
MATOS: Eu sou alto! Já tenho um metro e sessenta!
BÁRBARA: Ena pá! Tanto?... Olha Matos, vai procurar os teus seis amigos à mina e depois vão para casa em fila indiana e a cantar, pode ser, hum?...
MATOS: Agora a sério, tens aí o meu poster?
BÁRBARA: Está aqui.

Bárbara retira o elástico que prende o papel e revela o poster de Matos, muito ao estilo Obama, só que em verde e a dizer "Esperança".

MATOS: O quê? Verde?!
BÁRBARA: Não, a “Esperança” é de que cor? Castanha, queres ver?
MATOS: Mas verde é a cor dos lagartos... Daqueles que têm um estádio que parece uma casa de banho!
BÁRBARA: Ah sim. Vamos lá fazer um poster todo vermelho, para condizer com o Benfica e o Comunismo.
MATOS: O quê? Comunista?! Nunca!!! Vermelho?! Que cor horrível! Tens razão, verde fica melhor. Aliás, a primeira medida que vou tomar assim que chegar à F&I é mudar o Benfica para verde e o Sporting para vermelho.
VASCO: (Grita) Calem-se vocês os dois! Agora quem fala sou eu!

Bárbara e Matos ficam a olhar para Vasco, parados.

VASCO: (Grita) Matos! Tu não vais a lado nenhum! Tu vais continuar com a banda e não sais! Se tu saíres a banda nunca mais se vai reerguer. Os Paranóia nunca mais vão poder voltar a tocar.

Matos parece pensar por um bocadinho.

MATOS: Agora a sério, lamento imenso, mas tenho peixes maiores a apanhar. (Para Bárbara) Vamos?
BÁRBARA: Vamos, à minha frente, temos muito que fazer.

Bárbara, empurrando Matos à sua frente sai da sala, deixando Vasco e Hugo, abandonados. Hugo ainda segura no poster da recentemente dissolvida banda. Vasco levanta-se e prepara-se para se ir embora.

HUGO: Também tu?
VASCO: É escusado. Lutei tanto por isto... Tanto...
HUGO: Que se lixem eles os dois! Nós podemos fazer uma banda, tu e eu!

Vasco vira-se para os instrumentos abandonados e estende os braços como se os fosse abraçar.

VASCO: (Canta) I was a fool to believe...
HUGO: (Sem paciência) Oh, meu Deus...
VASCO: A fool to believe/It all ends today!/Yes, it all ends…/ Today…

Hugo entretanto, largou o poster e agarrou nas suas coisas.

HUGO: Olha, se tu vais ficar aí, eu tenho trabalho a fazer na F&I, liga-me quando te tiveres decidido.

Vasco cai de joelhos com os braços abertos e continua a cantar como se não fosse nada. Hugo, farto, sai.

VASCO: Gloomy Sunday/With shadows I spend it all/My heart and I/Have decided to end it all…
Não percam o próximo capítulo: Capítulo 3 - Chá e Cruzes

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Labroratório 5½

Ainda é mais preocupante quando chego a caa depois da dita aula de programação, com a cabeça a andar de tal maneira à roda que penso a seguinte coisa:

#include «stdio.h»
#include «stdin.h»

main ()
{

int n_voltas;
char chave [1024];

n_voltas=0;

fgets (chave, 1024, Eu/Calças/BolsoEsquerdo/Chave.exe);

do
..........{
..........Rodar chave na fechadura;
..........n_voltas=n_voltas+1;
..........}
while(Porta fechada OR n_voltas!=5);

return EXIT_SUCCESS;

}

Para os puritanos de C++: Eu tive de meter OR e «» porque barras verticais e <> implicavam com o HTML...

Labroratório 5

No enunciado do laboratório de Programação desta semana:

3. Altere o exercício 1 da semana 4, dividindo-o em funções.

Implemente as funções que calculam o factorial e verificam se o número é primo e invoque-as a partir do programa principal.

É neste momento em que eu vejo a esbaterem-se as fronteiras entre a programação e o Magic.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Por um Punhado de Favores

Falemos no caso Face Oculta (neste caso, não é a de Mr.Brooks). Ao que parece, o empresário Armando Vara, que já foi administrador da CGD e agora é o do Millenium (não é notável como parece que andam todos juntinhos?) e é a prova viva que quem quer ter um porvir sorridente deve ir para a Universidade Independente, pediu 10000 €uros ao empresário José Godinho em troca de uns... certos favores não muito especificados...
HMMMMMFFFF...
HHHHHMMMMMMMMFFFFF...
Eu não sei, mas... Pronto... Cada um tem os seus gostos... Eu preferiria a Brooke Shields mas enfim...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Capítulo 1 - Uma Linda Manhã

OK, esta foi a primeira cena que eu escrevi para o épico parvo denominado Dia de Eleições. Nela aparecem duas das personagens principais: o Branco e o Filipe. Vou vos situar rapidamente no panorama antes de vos dar a ler a cena.
O Duarte Branco... Esta é a personagem em torno da qual gira a história. É mau! É avarento! É megalómano! É explosivo! É naïf! E é o dono da empresa que controla Portugal! Essa empresa chama-se F&I, que é a sigla para Flamearrow & Icebow. Há um ano atrás, a Flamearrow e a Icebow eram facções rivais, mas com os acontecimentos que se seguiram às revoltas (uma longa história), a dona da Icebow (Meggy Martinez (que é o nome mafioso de "Martins")) abdicou do seu poder para seguir com a sua vida de aventuras pelo mundo fora. O Branco tem um alçapão deveras utilizado no seu gabinete para enviar para a cave (note-se que o seu gabinete é no 40º andar) todos aqueles que o aborreciam. Esse alçapão acabava numa sala de torturas, que entrou em desuso, desde que o último carrasco teve uma epifania e se foi embora para espalhar a alegria no Mundo (haveremos de ver esse "carrasco" lá mais para diante).
Quanto ao Filipe Nogueira... Bem... É o Secretário de Branco. É muito mais inteligente que o seu patrão, e também bastante calmo e sarcástico. Aguenta tudo o que o seu patrão lhe faz, porque sabe que Branco não consegue viver sem ele. Se eu tivesse de escolher uma personagem preferida em toda a história, seria este Filipe.
E ainda aparece uma personagem secundária que é a Marta Madeira que é a caricatura da pessoa que faz mais figuras no Mundo inteiro para passar despercebida.
Pronto... É isto...
Vamos ao Capítulo 1 (que, por acaso, também é uma única cena).

Cena 1

Está uma linda manhã numa bomba de gasolina da F&I. Quer dizer, linda, como quem diz... Uma bomba de gasolina também não consegue ser linda de maneira nenhuma, mas de todas as manhãs possíveis numa bomba de gasolina, esta consegue receber um “Bom +”. Mas não o será por muito tempo, pois...

BRANCO: (Berra) O quê?! Esse dinheiro TODO?! Por eu encher o meu depósito???

Eu não vos disse?...
Branco, o presidente da F&I está a berrar á frente do balcão, onde uma atarantada Marta tenta atender Branco e fugir dos olhares das pessoas que ficaram espantadas com a discussão. Não sabendo o que fazer, acaba por reagir de uma maneira muito estranha.
Branco está acompanhado de Filipe.

BRANCO: (Berra) Mas julga que eu sou o quê?! O Bill Gates??? Isto é indecente! Isto é um ROUBO!!!
MARTA: (Pondo um saco de papel pela cabeça abaixo, e sentando-se no chão, por detrás do balcão) Olhe o escândalo... não grite por favor...
BRANCO: (Berra ainda mais) Grito tudo o que eu quiser! E MAIS!...

Branco tacteia o balcão à procura duma coisa. Filipe inclina-se para a frente.

FILIPE: Está à procura de alguma coisa?
BRANCO: Onde é que está o botão do alçapão? HAN?! Onde é que ele está?
FILIPE: No seu gabinete, juntamente com o seu alçapão.

Branco olha em volta, como se, de repente, se tivesse apercebido que estava numa bomba de gasolina e não no seu gabinete. Marta pensando que a tempestade já parou e tira o saco da cabeça.

BRANCO: Boa! Quanto é que é?...
MARTA: (Levantando-se) 70 Euros...
BRANCO: (Brada) TANTO???

Branco berra de tal maneira que Marta volta a meter, muito rapidamente, o saco na cabeça e a baixar-se.

FILIPE: Será que tenho de o avisar de novo da sua pressão arterial?
BRANCO: A minha pressão arterial está óptima! PAGA!
FILIPE: O quê?! Mas quem anda com o Ferrari é o senhor.
BRANCO: Mas tu é que vais à pendura! Eu guio.
FILIPE: Só porque o senhor faz questão.
BRANCO: E EU FAÇO QUESTÃO QUE PAGUES!!!

Branco procura outra vez pelo botão no balcão da gasolineira, para depois se aperceber, de novo, que o muito usado utilitário está no seu gabinete, do outro lado da cidade. Filipe suspira e estende o dinheiro a Marta, que começara a retirar os azulejos do chão para escavar um buraco na terra.

MARTA: O... obrigada.
BRANCO: E já agora!

Marta dá um salto enorme. Branco tenta aproximar a sua cara o mais possível da atendedora.

BRANCO: Para a próxima, eu quero aqui um alçapão e um botão para o abrir. ENTENDIDO?!

Marta acena afirmativamente, muito rápida. Branco leva a mão ao expositor de chocolates e tira um Crunchie da prateleira.

BRANCO: E levo isto como um brinde!

Depois, Branco desembesta da loja a praguejar contra o dinheiro que se gasta com a gasolina, seguido pelo seu sempre calmo e suave secretário. Já na rua, pára junto ao Ferrari e vira-se para Filipe.

BRANCO: Já viste o dinheiro que se gasta aqui?
FILIPE: Pode crer que vi. Vou ter de passar uma semana a hamburguers do McDonald’s graças a isto.
BRANCO: (Desembrulhando o chocolate e começando a comê-lo) É ou não é uma vida lixada?... Sinceramente... O preço! Andam a roubar-me à grande!...
FILIPE: Sinto-me no dever de lhe dizer que, tal como o resto do país, esta bomba de gasolina pertence à Flamerrow & Icebow. Empresa da qual, por acaso, o senhor é dono.
BRANCO: Isto é uma vergonha... O que é que eu hei de fazer para não cobrar tão alto?
FILIPE: Baixar os preços?...

Branco engasga-se com o último pedaço de chocolate.

FILIPE: Ou talvez não...
BRANCO: Tenho de fazer alguma coisa por este país.
FILIPE: (Vagamente esperançoso) Vai sair da F&I?
BRANCO: É isso mesmo!

Filipe olha fixamente para Branco como se o Natal tivesse chegado mais cedo. Um coro angelical começa a tocar no fundo.

FILIPE: (Mal conseguindo conter o sorriso) O quê?... Vai mesmo sair?!
BRANCO: Claro que não!

Algures, a agulha do gira-discos que toca a música angelical interrompe a emissão com um ruído parecido ao de um balão molhado a desinchar. O Natal foi cancelado para Filipe.

BRANCO: Não vês? É genial! Eu, sendo líder da F&I, tenho o poder de propôr eleições para a eleição do novo líder da empresa, é não é? Afinal, nós vivemos numa democracia, não é assim?
FILIPE: Uma democracia de partido único... Chamado F&I.
BRANCO: Precisamente, sem nenhum partido a atrapalhar o esquema, serei automaticamente o líder da empresa. Mas entretanto, os eleitores, depois de uma campanha eleitoral a vender-lhes a minha imagem, com IVA e tudo, vão pensar que vêm por aí tempos prósperos, votando todos em mim e ficando com uma confiança espectacular para o futuro. E assim faço um país ficar mais contente! BRILHANTE! (Branco atira a cabeça para trás e dá uma gargalhada maníaca, com os braços erguidos para o Céu.) MUAHAHAHAHAHAHAHAH!!!

Um relâmpago cai por detrás de Branco enquanto o seu riso, anormalmente cavo, ecoa na bomba de gasolina.

FILIPE: Está um tempo estranho... Nem uma nuvem no céu e no entanto...
BRANCO: Entra, não há tempo a perder! Temos umas eleições a preparar! A primeira coisa a fazer é pôr o carro na garagem e ir encontrar o meu passe social.
FILIPE: Vai fazer campanha pelas ruas?
BRANCO: O quê? Não, não. Vou poupar dinheiro em gasolina, que é diferente!
Não percam o próximo Capítulo:
Capítulo 2 - O Fim dos Paranóia.

domingo, 25 de outubro de 2009

Questionário ao Tigre

Recebi há uns tempinhos um daqueles e-mails de corrente com um questionário. E porque não, para celebrar o 300º post, que um questionário que não vos interessa de maneira nenhuma? Portanto, cá vai:

P: Nome?
R: Tigre de Papel

P: Quantidade de velas no teu último aniversário?
R: Duas (Um 1 e um 8)

P: Tatuagens?
R: Não tenho.

P: Piercings?
R: Népia.

P: Onde nasceste?
R: Para lá do Sol Posto. (E é verdade!)

P: Já foste à África?
R: Sim. Por duas vezes.

P: Já ficaste bêbado?
R: Semi... Basicamente tive de beber um grogue porque não havia medicamentos para a dor de garganta. Lembro-me de ter começado a cantar a Floribella.

P: Já choraste por alguém?
R: Sim. Posso chegar-vos aí como um monte de zeros e uns, mas deste lado também está uma pessoa que não funciona por chips.

P: Qual foi o teu primeiro carro?
R: Um descapotável de um lugar com uma suspensão de miséria. Era pintado em escocês azul e verde... E era da Chicco...

P: Já estiveste envolvido nalgum acidente de automóvel?
R: Sim. Por pouco rachei um dente, quase parti um nariz e uma hora depois estava numa visita de estudo.

P: Peixe ou carne?
R: Carne!

P: Música preferida?
R: Podias ter feito uma pergunta um poucochinho mais fácil? Eu tenho o meu disco rígido atulhado delas (só no LimeWire há 1887, dos últimos seis meses...)

P: Livro ou história infantil preferida?
R: Ahm... Assim de histórias infantis, existe A Bela e o Monstro (versão da Disney, atenção). Quanto a livros... o Dom Quixote é espectacular. E as minhas histórias, também, sobretudo a terceira.

P: Cerveja ou Champanhe? (Basicamente: "Do povo ou da alta sociedade?")
R: Cerveja é a única bebida alcoólica que consigo beber sem ter de meter alguma coisa na boca, a seguir, para tirar o sabor...

P: Metade cheio ou Metade vazio (O copo...)?
R: Metade cheio.

P: Lençóis de cama lisos ou estampados?
R: Lisos.

P: Filme preferido?
R: MOULIN ROUGE!! É a minha cara chapada. (É claro que também existe o Danças com Lobos, mas esse está em 2º lugar.)

P: Flores?
R: Bem... Gereberas e amores-perfeitos são todos muito escanifobéticos. Também gosto de lírios e de jarros. E rosas, e camélias e...

P: Coca-Cola simples ou com gelo?
R: Com gelo e Fanta, de preferência.

P: Quem dos teus amigos vive mais longe?
R: Dos mais chegados, é uma que vive nos Olivais. Dos mais distantes... não tenho um Google Earth para me guiar.

P: Quem é que achas que vai responder a este e-mail mais rapidamente?
R: Ver resposta 21.

P: Quantas vezes deixas tocar o telefone antes de atender?
R: Depende da distância a que eu estiver do telemóvel. E do volume do telemóvel. E da paciência para aturar quem esteja do outro lado. Mas isso são pormenores que já não interessam muito...

P: Qual a figura do teu mouse-pad?
R: TIGRE!

P: Pior sentimento do mundo?
R: Solidão.

P: Melhor sentimento do mundo?
R: Amor (Apesar de eu ser apologista de ele vir em pacotes e com avisos para a saúde pública como as caixas de cigarros.)

P: O que uma pessoa não pode ter para ficar contigo?
R: Falta de sentido de humor. E um poucochinho menos de vaidade também assentava que nem ginjas.

P: Qual o teu primeiro pensamento ao acordar?
R: Mas... Mas... A história ia a meio!
P: Qual o teu último pensamento antes de dormir?
R: Porque é que os ladrões pegaram na minha cama e a atiraram pela janela? (A sério!)

P: Se pudesses ser outra pessoa, quem serias?
R: Acho que não quereria poder ter essa escolha. Mas se fosse obrigado a tal, teria de ser alguém ligado ao cinema. E também com a bolsa recheada (já agora...).

P: O que é que tu nunca tiras?
R: Para além de membros... Nada. O que eu quase nunca tiro são as meias (Grande invenção!).

P: O que tens debaixo da cama?
R: Um Mundo inteiro de Oportunidades! E cotão...

P: Qual a pessoa que talvez não te responda?
R: Muitas! (Até agora recebi 4 respostas.)

P: Aquele que com certeza te vai responder?
R: Olivais & Cª. (Normalmente também são as únicas que prestam atenção a coisas destas...) E, se calhar, a Srª Casal Ventoso, (se conseguir encontrar a minha mensagem por entre os arrozes.)
P: Qual o livro que estás a ler?
R: D. Quixote, Diário de Anne Frank, Siddharta, Aparição, Moving Pictures, Os Três Mosqueteiros, Ladrão de Almas, Insónia e mais uns quantos.

P: Uma característica tua?
R: Não conseguir parar de imaginar coisas.

P: Decepções que tive na vida?
R: Uma míriade delas.

P: Programas de TV a que assistia quando criança:
R: Tom & Jerry! Looney Tunes. O Doraemon também tinha um lugar especial no meu coração. E muito mais pequenino era a Rua Sésamo.

P: Como se chamava o teu melhor amigo ou amiga de infância?
R: Morsa.

P: Lugares em que estive e voltaria?
R: Egipto, sem dúvida.

P: Formas diferentes que me chamam?
R: O meu nome anda sempre na berra. Mas também me chamam Bambam (não perguntem...).
P: Comidas favoritas?
R: Comidas de casa! E também... PÃO DE RALA!!! (Saliva, saliva, saliva... )

P: Lugar em que desejaria estar agora:
R: Depende muito da altura. De momento é deitado no quarto ao lado. (Isto foi escrito às 2 da manhã).

P: Qual é o teu passatempo favorito?
R: (Lista demasiado longa para estar a escever tópico por tópico aqui.)

P: O que que farias se o mundo acabesse hoje?
R: Salvava o Mundo a poucos segundos da aniquilação e vivia como um herói para todo o sempre. (OK, agora a sério...) Não sei. Provavelmente ficava a decidir o que é que haveria de fazer.

P: Que conselhos dás a todos os teus amigos?
R: EU?! Olhem, que nunca se lembrem de meter os dedos numa ficha eléctrica. Não é muito profundo, mas é prático.

P: E quanto a cores?
R: Azul eléctrico.

P: Se tivesses um superpoder, qual é que seria?
R: Telcinese (Mover objectos com a mente) ou Metamorfismo (Transformar-me no que quiser.)

P: Se fosses um animal, qual eras?
R: Após muita consideração, acho que de momento seria mais um lobo que outra coisa, mas um tigre ou um gato não são nada de se deitar fora.

P: Qual foi a coisa mais estranha que te aconteceu?
R:
Ver o post da Cláudia Vieira. Procurem por: Episódios Surreais da Minha Vida na Galeria de Antiguidades

P: Com que personagem de ficção te identificas mais?
R:
Filipe, o cara de sapato, das tiras da Mafalda. E também um pouco de Miguelito, Hobbes e Fantasio. (Houve UMA PESSOA no Facebook que me pôs no Wile E. Coyote, não percebo porquê!)

P: Diz uma palavra que gostes.
R: Vórtice.

P: Se pudesses praticar uma dança, qual é que seria?
R: Acho que tango (que resposta tão imaginativa. É o que toda a gente quer! Camões é cego e Paulinho tem olho!)

P: Qual é o teu clube?
R: BENFICA!!!

P: O que é que eu não trocava por nada deste mundo?
R: Ahm... Tudo o que seja meu e de que eu goste!
P: Qual é o teu actor ou actriz preferido?
R: Pá! Vocês querem matar-me com essas perguntas! De actores, gosto do Ian McKellen, Alan Rickman, Johnny Depp, Rowan Atkinson, Tim Curry, Ewan McGregor, Jack Nicholson, Kevin Spacey, Al Pacino, Robert de Niro, Samuel L. Jackson, Harvey Keitel, John Leguizamo, Anthony Perkins, Willem Dafoe, Bruce Willis e Gary Oldman. De actrizes, Maggie Smith, Meryl Streep (se bem que esta às vezes irrita-me de ser TÃO boa actriz), Judi Dench, Miranda Richardson, Nicole Kidman, Helena Bonham Carter, Michelle Pfeiffer, Helen Mirren, Kathy Bates, Scarlett Johanson, Whoopi Goldberg e a Lauren Bacall. (Eu avisei...)

P: Consideras-te lamechas?
R: Depende do que devo considerar lamechas. Existem coisas em que sim, outras em que não sou de maneira nenhuma.

Ausência

OK, vocês (se é que está aí alguém, porque grande parte foi ver a Cláudia Vieira que eu pus em Maio) devem ter estranhado a minha ausência do Médio Ecrã. Terá isto alguma coisa que ver com a ida para Universidade?
Sim, e não. Durante a primeira semana foi pela ida para a Universidade. Durante as seguintes foi porque eu me dediquei a fundo a uma das minhas obras escritas, desta vez cómica, que ainda está longe de estar terminada (calculo que esteja a um terço), mas que já tem um grande avanço. Então, sobre o que é que é esse guião?
Chama-se Dia de Eleições e é (convém dizer) uma sequela do meu único trabalho a quatro mãos. Esse primeiro trabalho contava com todas as pessoas da minha turma, mais ainda alguns professores e pessoas de outras turmas como personagens que apareciam como caricaturas de si mesmas: a fanática religiosa, a anarquista inveterada, o maníaco das engenhocas, etc.
Eu decidi continuar com o projecto, pois tive uma ideia espectacular que eu queria ver como é que resultaria num mundo de piadas sarcásticas e slapstick: E se houvessem eleições?
O resultado é um épico bastante parvo, parte thriller, parte comédia e parte crítica. Não se admirem de ter muitas personagens. Ah! E eu troquei os nomes, não me venham chatear com o copyright.
E qual é a ideia? De hoje em diante, todas as segundas feiras eu meterei no blog um capítulo desse épico parvo que é o Dia de Eleições.
Até lá.

O Próximo Capítulo: Dia de Eleições - 1 - Uma Bela Manhã

Ansioso por Amanhã

Estou ansioso por amanhã!
Porquê?
Por ser segunda-feira?
Não, não!
Porque amanhã vai haver um novo Parlamento e também vão começar a ser distribuídas as vacinas da Gripe A.
...
Passo a explicar: Há uns dias atrás, a Ministra da Saúde finlandesa foi despedida por ter declarado que a vacina da Gripe A faz parte de um plano das farmacêuticas para ganharem dinheiro e erradicarem com parte da população mundial. Como? A vacina não é uma vacina, é uma espécie de cocktail viral que fará as pessoas morrerem em vez de ficarem imunizadas.
O que é que isto tem de muito interessante?
Todos as figuras políticas no Parlamento terão de ser vacinadas nos próximos dias!
Imaginem as possibilidades...
Aguentem-se nesse pensamento enquanto eu vos tiro uma fotografia com a minha Polaroid.
TCH-T!
Iaik!... Tziiip... Tzuaaaaan!

Arrumações

Não sei o que hei de fazer. Provavelmente devo ser das únicas pessoas que vai ver familiares a serem lixados por autores infantis que lia.
Portanto, deverei dar já as Umas Aventuras ou apenas mantê-las no hall, para lhes podermos lançar olhares de desprezo assim que chegamos a casa?

Eeney, meeney, miney, moe,
Catch a tiger by the toe...

sábado, 24 de outubro de 2009

Agarra que é Padre!

Falemos de livros!
Mais precisamente do último livro do José Saramago que saiu há uns dias... Chama-se Caim e nele, o Magui acusa Deus de ser o responsável moral pela morte de Abel...
Pois é que já cá faltava mais outro livro que ataca a Igreja. É que é um tipo de literatura que simplesmente não existe. Mas o que é isto? Nos Anos Vinte eram os negros, nos Cinquentas eram os Russos... Agora são os Religiosos?
Com tantos fanáticos religiosos que eu vejo pelos filmes e livros, eu já tenho medo de passar na Praça de Londres, não vá uma das estátuas saltar da fachada da igreja e me venha bater. Eu não quero levar os meus filhos à catequese, pois há padres malucos a espreitar pelos cantos, que lhes irão mostrar o metropolitano (esta piada, só uma pessoa é que perceberá) e coisas parecidas.
Eu sei que para cada João XXIII há um Paulo VI, e este Bento XVI tem ar de conspirador graduado e que ouve coisas do género: "Mozart" ou "Bach". Brrr! Que medo! Eu aposto que até tem guardado numa gaveta do seu escritório um gato persa para afagar enquanto dá ordens ao camerlengo.
Bem sei que o Magui está velhote, e está a passar pelo Síndrome de Pés para a Cova que é: dizer tudo aquilo que pensa. Mas está a fazê-lo ao contrário. Normalmente, os velhos queixam-se que a juventude está perdida. O Magui não. Ele está a dizer: "Ah! Aquela civilização de há 2000 anos está completamente perdida!" Nem queiras saber, Magui! Perdidíssima. Arrasada por hordas de bárbaros há dezassete séculos!
Coitado... Deve ser do Alzheimer. Há pessoas que sofrem de jet-lag e estão com o relógio biológico pela hora de Tóquio quando fazem viagens de longo curso. O Magui, por sua vez, está com o relógio biológico pela data do Calendário Babilónico.
E ainda vêm dizer... "Ah! O Manoel de Oliveira... Que pessoa tão vetusta". Ao menos esse já é do tempo das fitas de nitrato, o que significa que ainda vive por altura do Cinema Paraíso.
Pá, se não for isso, foi porque a Bíblia é o maior best-seller do Mundo, e o livro que ele mais vendeu foi O Memorial do Convento por causa do programa Ler+...
Agora... Qual é esta mania dos ateus andarem a (des)envangelizar os outros? Não acredites no Bem, acredita em ti mesmo que é suficiente. Para mim não será suficiente, mas, como sabem, eu sou suspeito, porque sou uma pessoa e tenho opiniões.

(Rir é bom, mas pensem nisto durante algum tempo. OK? Vá...)

Governo em Si Bemol Menor

Estou a ver que temos um Governo novo.
Sim senhor...
O único problema é que... Há poucos artistas... Só uma pianista e uma escritora? Mas o que é isto?
A Isabel Alçada como ministra da Educação e a Gabriela Canavilhas para a Cultura?... É fraquinho. Não se esforçaram... Ainda há a tentativa de meter um Vieira da Silva para Economia, mas parece uma piada de mau gosto. Bem sei, que a arte em Portugal não está muito por aí além... Mas mesmo assim...
Se querem sugestões, eu posso dar.
Por exemplo um escultor... olhem, o João Cutileiro!, para ministro das Obras Públicas, não era giro? A avaliar por aquela coisa que ele fez no alto do Parque Eduardo VII, deveria ser.
Ou talvez a Mariza para Negócios Estrangeiros, já que ela aparece naquele anúncio da Caixa Geral a dizer que passa mais tempo fora do país do que cá dentro...
Para as Finanças, terá de ser um artista circense, que, como se sabe, aquilo não é brincadeira nenhuma. Ou, caso não estejam para contratar o Sr. Chen, pode ser... vá... um ilusionista. O Luís de Matos! Passaria o dia fechadinho no seu gabinete a transformar notas de 5 em notas de 500 e teríamos o problema da crise resolvido. E se algum dos membros da oposição se lembra-se de levantar cabelo, bastava fazer um círculo de deputados a segurar num lençol à volta dele, e puf!, desaparecia o chatarrão.
Para a Administração Interna eu talvez fosse para o Diogo Infante, que ele tem ar de quem gosta de pôr tudo num brinquinho, a brilhar de polido. Assim, ficaríamos com um país "como a avó gostava".
Mas não! Tinham de ir para os mesmos chatos dos políticos e dos advogados... E assim o país não avança!
Pois!...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Calendário de Chocolate


Ah! Já me sinto no Natal!
Acabei de comer um pacote de três Ferreros...

sábado, 17 de outubro de 2009

1

Então, este blog já fazia um ano e ninguém dizia nada?...
Só por essa desfeita, não vos vou levar o bolo a casa e ficam apenas com a imagem dele. Tomem!


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu Adoro a Lucy

Uma das séries mais marcantes de toda a história da sitcom, e, aliás, sua criadora é a I Love Lucy. Já tinha ouvido falar várias vezes da I Love Lucy. Até que me deu na cabeça ir experimentar procurar no YouTube. E este é o tesouro da minha descoberta:

A Lucy, é uma dona de casa rebelde. Enquanto que o marido tenta fazer com que ela fique em casa (eram os anos 50), ela arranja mil e uma maneiras diferentes de não ficar em casa. E uma mentira leva à outra até cair tudo em cima dela de maneira estrondosa. Desta vez, ela vai a um programa de TV para anunciar um complemento vitamínico (o Vitameatavegamin, que contém vitaminas, carne, vegetais, minerais e 23% de álcool. Resultado... já se está mesmo a ver.
PS: Note-se que isto era gravado em directo.

Portanto, fiquem com os dois filmes e vejam que vale a pena. É muito melhor do que parece.



sábado, 19 de setembro de 2009

CVE 3 - O Ateu

Pensavam que escapavam? Pois não! O que vale é que esta frase é dum surrealista, portanto é justificada.

"Sou um ateu, graças a Deus!"
Luis Buñuel

O que vale é que sou católico, por Júpiter.
Valete, frateres!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Senhor da Ferradura


De todas as coisas espectaculares nas eleições, é o facto de haver campanhas antes delas. O melhor de tudo é o facto do CDS ter um fétiche qualquer por feiras. Eu já arranjei um Borda d'Água para saber onde é que eu não vou estar nas próximas duas semanas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Entrem os Violinos

Sinceramente, os debates na televisão têm sido todos muito interessantes. Mas se eu quisesse escolher o melhor deles todos, seria o Sócrates vs. Jerónimo.
E isto porquê? Porque nos outros todos, nuns mais, noutros menos, há sempre atropelo de vozes, gritos no estúdio, conflito de personalidades, jornalistas que não têm oportunidade de fazer sequer uma pergunta e, até por vezes, cadeiras pelo ar. No Sócrates vs. Jerónimo, estavam todos muito calmos, muito, muito calmos. Eu gostaria de saber quem é que foram os senhores meiguinhos que foram lá fazer a entrevista. Ou era isso ou tinham posto Valium na água que lhes serviram. Dose tripla no Sócrates que, coitadinho, exalta-se muito durante os debates. Porque se todas os debates do Parlamento fossem como correu aquela entrevista, quase que dava para pôr chill-out Brasil como música de fundo. E depois porque a Judite de Sousa veste muito bem de olhos e tem uma voz óptima para anunciar os andares num elevador. E se em vez do Jaime Gama, tivessemos a Judite a organizar as sessões, até poderíamos ter os deputados a substituírem as cadeiras por redes de descanso.
Devia haver um partido que fizesse esta proposta. Eu votaria logo nele.

Tratar da Saúde a Animais

A Polícia Judiciária vai ampliar. Ou pelo menos a sede deles em Lisboa. Pois...
Ao que parece vão ocupar o antigo edifício da Escola de Medecina Veterinária. Assim, o edifício não muda de ramo. Vão continuar a tratar da saúde a animais... A frequência é que vai piorar um pouco. Mas isso é como tudo. Quem viu a Loja das Meias e quem a vê...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ícones Pop

(Aviso: Artigo perigoso para pessoas que temam pela minha saúde.)

Acabei precisamente agora de saber que o outro primo de Sócrates esteve envolvido no caso Freeport. E também está fora do país.
O primeiro tinha aspecto de Alexandre Frota e estava a praticar as artes marciais no Tibete.
O segundo tem a cara do homem de chocolate dos gelados "Conguito" e também está noutro país. A apostar pela cara, estará num daqueles diners nos confins da planície americana a praticar a arte do comer.
A família do Sócrates está a ficar cada vez mais parecida com uns Sopranos de meia-tigela.
Mas, no meio de tudo, o que eu acho mais espectacular é o facto de toda a gente ter usado nomes de código. Poderíamos associar o segundo primo (conhecido por: O Gordo) ao El Gordo espanhol, por ele ser uma das pessoas dos dinheiros.
Mas... E Sócrates? Pelas gravações, eles conheciam o Sócrates como... o Pinóquio.
Será que os senhores da publicidade do Bloco de Esquerda tinham a noção que estariam a criar uma referência pop de tanta envergadura na cultura portuguesa durante o XVII Governo Constitucional como Pulp Fiction teve no Cinema Pós-modernista da década de 90?
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Bem me parecia.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Liberdade e o Cinema

Venho hoje dar-vos, minhas queridas sardinhas em escabeche, duas boas razões para irem ao cinema.
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Up

Estou por tudo. Enquanto a Disney cai aos bocados desde a Mulan, (com a pequena excepção, um canto do cisne invulgar: Pacha e o Imperador que é o filme da Disney menos Disney de sempre), a Pixar parece estar a fazer o caminho inverso. Começaram com filmes giros mas fraquinhos e depois veio À Procura de Nemo, seguido de Ratatouille e WALL-E. Up é o seguinte e não me desapontou em nada.
A montagem inicial é algo para ser visto. Consegue contar em poucas imagens uma história inteira. Desde momentos hilariantes, a enternecedores passando por outros terríveis e um final muito triste.
Depois a história desenvolve-se toda à volta de uma metáfora do tamanho de uma casa. Literalmente. Primeiro simbolizando a liberdade, depois simbolizando as memórias. Acaba por apenas simbolizar a vida.
Só o conceito de pôr uma casa a voar por meio de balões de hélio é de sonho. Desde criança que eu queria ver um filme sobre uma coisa como isto.
As personagens são espectaculares: o velho rabugento, a criança enérgica e bastante faladora, a versão golden retriever do Rantanplan e o "gambozino". Receberam um tratamento muito diferente ao habitual tratamento da Pixar, que arranja maneira de transformar um objecto inanimado a uma coisa quase antropomorfica (WALL-E e Steve McQueen são os exemplos mais gritantes). Pelo contrário. Tal como aconteceu em Madagascar, embora elevando-o ao nível seguinte, trabalhou na geometrização das personagens, como caricaturas. Carl é um amontoado de quadrados, Russel é uma bolinha, Muntz são quase finas linhas sinuosas, a fazer um ligeiro "S". Esta caricaturização fnciona? Funciona, pois.
Christopher Plummer, como o grande actor que é e o estreante Jordan Nagai, por um olhão do realizador Peter Docter, dão as duas melhores performances vocais do filme.
Não chega à maravilha de poesia que é WALL-E, mas é um sucessor digno dele. Merece um 9.

PS: Será que fui só eu e mais um par de malucos pelos filmes que reparou que o Carl Fredricksen era uma caricatura do Spencer Tracy em velho?




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Iglourious Basterds


Devo confessar que nunca fui um fã de Tarantino nem segui a sua carreira desde o início até agora. O que eu conheço dele, resume-se ao episódio de CSI, o seu primeiro filme, Reservoir Dogs e uma curta da antologia Quatro Quartos, que realizou em conjunto com Robert Rodriguez e mais uns dois realizadores ainda desconhecidos.
Há que reconhecer. Tarantino é um mestre dos diálogos, o último desde Woody Allen, apesar destes dois terem um espectro muito diferente um do outro.
A primeira cena, um diálogo quase monólogo em duas línguas entre o coronel nazi Hans Landa e o lavrador Mr. LaPadite, que abriga uma família judia em sua casa, é a cena mais icónica do filme. E merece-o. Palavra por palavra, Landa vai destruíndo todas as defesas do lavrador até o desmascarar e matar os judeus que estão escondidos por debaixo do soalho. Não estaria a mentir se dissesse que esta cena entraria para a história do cinema como a perseguição no escuro d'O Silêncio dos Inocentes.
Christopher Waltz recebeu, provavelmente, um dos melhores papéis dos últimos tempos, e atirou-se a ele com unhas e dentes. Mereceu, sem dúvida, o seu prémio de Melhor Actor em Cannes. E valer-lhe-á uma nomeação para os Óscares, sem a menor das dúvidas.
Brad Pitt, por sua vez, coleccionando mais um papel diferente de todos os outros que já fez (assassino, idiota, vampiro, polícia novato, ladrão, pirata, Anjo da Morte e vendedor de sabão hiper-violento, só para citar alguns), como um selvagem Tenente do Tenessee que escalpela as suas vítimas. Esta será, sem dúvida, uma personagem tão aterradora e tão cómica, ao mesmo tempo, como grande parte das mais famosas personagens tarantinescas. Brad Pitt, que tem um timing cómico bastante bem treinado e não deixa escapar a personagem.
Tive pena de não poder ver mais da Diane Kruger, que estava a trabalhar tão bem quando a personagem dela é morta sem dó nem piedade.
Eli Roth, de certa forma, se bem que não com tanto savoir-faire, faz lembrar o seu homónimo Tim Roth, sobretudo durante a cena em que se tem de disfarçar de italiano.
Mélanie Laurent, por sua vez, pode por-se ao lado de Christopher Waltz. Eles os dois roubam o filme. Pode-se dizer que ela e Waltz são as personagens principais do filme, pois toda a história gravita à sua volta. E Mélanie, até agora, uma desconhecida fora do cinema francês, entra estrondosamente no cinema americano, a grande catapulta da fama. Esperemos que não seja outra Audrey Tatou, que por mais de uma vez demonstrou ser um cavalo de um só truque.
Finalmente queria deixar uma nota: Será que é mesmo Tarantino que se coloca no papel de Aldo Raine e fecha o filme com as palavras: "Sabes, Utivich? Eu acho que esta bem pode ser a minha obra-prima."? A mim parece-me que sim.
Eu dou-lhe um 9.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Menino da Lágrima

O novo cartaz do PP mostra o Paulo Portas tão triste, tão triste, tão triste que só me apetece dar-lhe um chupa-chupa. É isso, ou trocá-lo por uma Coca-Cola Light e enviá-lo para a ExperimentaDesign, só para ver se ele alegra aquela carinha.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Terminal de Chegadas

AAAH! Cheguei a Portugal! E que saudades que eu já tinha de ouvir falar na Gripe A!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Lambidelas Russas

Оу! Афцу иа Яцсуа тем тек1адоx ехрестасц1аяех! Рог оцтго 1адо ехта цм бяузо фце йао се роде... Ио еитаито ја ву дцах гарагубах а редуяем бе1адох ицма ъаяяафцуина де гца. Тем а хца 1óбука... Ем Авц Сумве1, ио Ебурто, ком 45 бгацх, веем-се турох вехтудох де Рау Иата1. Афцу ехтао фцазе темреяатцяах иебатувах е редем-се бе1адох... Ате фца1фцег дуа!


PS: (Acrescentado em Portugal) Não tentem traduzir isto: Fica qualquer coisa como “Оu! Аftzu iа Iátzsuа tеm tеkumаdоh еhrеstаstzumаiáеh! Rоg оtztgо umаdо еhtа tzm biáuzо ftzе iао sе rоdе... Iо еitаitо ја vu dtzаh gаrаgubаh а rеduiáеm bеumаdоh itzmа ‘аiáiáаftzuinа dе gtzа. Tеm а htzа umóbukа... Еm Аvtz Sumvеum, iо Еburtо, kоm 45 bgаtzh, vееm-sе turоh vеhtudоh dе Rаu Iаtаum. Аftzu еhtао ftzаzе tеmrеiáаttziáаh iеbаtuvаh е rеdеm-sе bеumаdоh... Аtе ftzаumftzеg duа!”

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Luigi, o Canalizador Esquecido

Olá minhas empadas de camarão, estão bem ou vão ser comidas. Ah... Ah... Ah... Eu tenho uma piada descomunal.
Ontem vi este video no Youtube e não resisti em pô-lo no blog. Luigi está farto de ser sempre o sidekick de Mario e então tem uma grande discussão com ele. Acho as duas últimas cenas delirantes.
Espero que percebam o inglês com sotaque italiano. Para quem não esteja lá muito entrado em inglês, é difícil perceber. Mas isso são vocês, não eu.
Fiquem com o vídeo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Letra “A”

A GRIPE DAS AVES VEM AÍ! SOCORRO!!! ALIÁS! DOS PORCOS!!! A GRUIPE SUÍNA VEM AÍ!!!
Agora, quem está preocupado sou eu. A gripe suína já atingiu a blogosfera (acho que é a primeira vez que digo esta palavra), ou pelo menos a parte da blogosfera que eu leio (OK, o Kaos já tinha falado, mas foi por causa da Manuela Ferreira Leite, e isso não conta). O Nuno Markl vai evitar, a partir de agora, o cinema, o comboio, os corrimões e outras coisas começadas por C, pois pode apanhar o vírus da Gripe A. Não por sua causa, mas por causa da sua mais recente aquisição: o filho.
E eu pergunto-me: Será preciso viver a vida como se fosse o 28 Dias Mais Tarde? Não vale a pena, digo eu.
E porquê? Porque esta coisa da gripe suína é uma doença que se pretende mortífera, mas que não mata ninguém.
Então vejamos. Desde Abril (há 19 semanas), já morreram... 1877 pessoas de Gripe A, 1877 das quais já estavam a morrer de outras doenças. Parece um número grande? Hmfff... Se fosse só em Portugal, já começaria a pensar duas vezes antes de dar beijinhos a corrimões. Agora... Por todo o Mundo... Por favor! Sejam um bocadinho menos histéricos...
Mas, por vamos ver este número comparado com outros. No total, já foram infectadas 221166 pessoas. Isto significa que a taxa de mortalidade desta doença é de... 0,8%. UUUI! Que MEDO! Vou já fugir para o Darfur, porque a Gripe A não se dá bem com o calor. 0,8%? Já não vou pregar olho esta noite. E já agora! Em estimativa, morreram 21 milhões de pessoas desde Abril. Só 1877 foram de Gripe A. Han?! E pensar que, desde Abril, morreram 600 000 pessoas de diarreia. É claro que disso ninguém fala, primeiro porque é uma maneira estúpida de se morrer. E depois porque é “doença de preto”. Alguém fala nisso? Não me parece. No entanto é a sexta causa de morte no mundo, atrás de enfartes, aneurismas, pneumonia, efizema pulmonar e SIDA. Morrem dez vezes mais pessoas de leishmaniose (sim, a doença dos cães) do que de gripe suína. E, no entanto, as pessoas mais facilmente têm cães em casa do que porcos. Morrem 180 pessoas de poluição atmosférica por cada 1 que morre de Gripe A. Alguém se afasta a correr das bombas de gasolina? Não. Morrem 36000 pessoas por ano de gripe normal (que é também Gripe A) e não se fala nelas. Agora, não me venham falar em Gripe A.
Só posso chegar a uma conclusão: Mais vale estarem preocupados em erradicar doenças com grande taxa de mortalidade como o ébola, a tuberculose, a diabetes ou a malária do que estarem todos preocupados com uma doença que tem uma taxa de 0,8% de mortalidade e representa 0,009% das causas de morte no Mundo. OK? E, assim, vai toda a gente feliz para casa.
E nunca se esqueçam: Não levem a vida muito a sério, nunca se sai dela vivo...

Livros de Humor


Espero, ansioso, pelo quinto livro da Alexandra Solnado. Pode ser que o pai, agora, lhe possa contar algumas piadas. (OK, ‘tá bem. O livro em si já é uma anedota, mas mesmo assim.)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Loucura

Ter um português numa produção internacional é assim como que um eclipse. Acontece uma vez de dois em dois anos.
Alguém se lembra da grande maluqueira que foi quando Maria de Medeiros fez o Pulp Fiction (mesmo que tenha sido por um miserável papel secundário)? Ou daquela vez em que a Lúcia Moniz fez um papel um pouco menos secundário em Love Actually... E daquela vez que o Manoel de Oliveira conseguiu fazer um filme com a Catherine Deneuve e o John Malkovich (Jesus! Esse foi quase o nosso momento de glória)? Humm? E agora quando o Fernando Meirelles (brasileiro...) fez O Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago com a Julianne Moore e o Danny Glover?! Mas o melhor de tudo foi quando o Grande (e "Grande" com "N" grande) Diogo Infante fez um filme com um budget tão pobrezinho que mal dava para substituir uma lâmpada, em que fez de serial-killer preso no Oceanário de Lisboa. UI!
Agora... ahem... o Diogo Morgado, o NOSSO Salazar (aquele velhinho malandrote que governava Portugal!...) vai... ahem... fazer de São José! Não posso! A sério?! E vai ser onde? Numa peça infantil para apresentar aos pais no último dia de aulas antes do Natal? Não, não! Num filme dos mesmos que escreveram A Paixão de Cristo, e vai poder contracenar com pessoas como o Al Pacino e o Peter O'Toole (que deve pensar boas coisas dos portugueses, desde que veio a uma Gala dos Globos de Ouro).
Eeeeh! FESTA!!! U-uhu! Nunca vamos ser tão famosos. Nem o cão do Obama nos vai superar desta vez!
Adeus e cumprimentos à bola de ferro que o Isaltino vai ter de passar a usar durante os próximos 7 (anos?... Não.) meses.

Luto


O Moniz saiu da TVI... As touradas nunca mais vão ser as mesmas.


*Snif!*

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crimes Caseirinhos

Bons dias!
Estou muito bem a lavar-me, hoje de manhã, quando de repente ouço esta notícia espectacular: Uma mãe convence a família INTEIRA a matar o padrasto.
Isto põe-me dois problemas:
Primeiro: Gostavam assim tanto dele? Hmm?...
Segundo: Presumo que tenha sido a família mais chegada, porque se fosse mesmo a família inteira, teríamos sessões de apunhalamento por parte de avós, primos, tios, sobrinhos, sogros, noras e concunhados. E acabariam por dar nas vistas.
Então, mentalmente, reconstituí a cena do crime:


O padrasto não se apercebe que dentro de poucos minutos baterá a bota. Caminha, descontraído, pela casa fora, alheio aos olhares esgazeados de toda a família, na sua direcção, todos com borboletas na barriga, por ser a primeira vez que vão assassinar alguém. Então, a mãe, da cozinha, subtilmente, dá o sinal, batendo com duas panelas por cima da cabeça. O primeiro elemento entra em acção: o gato. O gato, roça-se pelas pernas do padrasto e salta para cima de um sofá, andando por cima das costas do dito, lado a lado com o alvo. O padrasto, que caminha paralelo ao gato olha para ele, sorri e faz-lhe uma festa. A filha mais pequena, mete, sub-repticiamente um carrinho de madeira à frente do pé do padrasto. A tia, que por acaso, ia a passar por ali com uma faca de cozinha, não tem tempo de se desviar do cunhado cadente e, acidentalmente espeta-lhe a lâmina nas costas. Neste momento, o padrasto estrebucha no chão e tenta levantar-se, mas o filho mais velho, atencioso e enfermeiro, empurra-o para ficar deitado de costas, numa posição confortável, enquanto se chama o INEM, alheio ao facto do padrasto estar com a faca junto às omoplatas. Finalmente o pai, levanta-se e vai a correr ao hall buscar o telefone. Entretanto a empregada, que também estava envolvida na maquinação, tinha deixado uma dobra no tapete, onde o padrasto tropeça e cai em cima do cake-walk de vidro que a filha do meio levava à sua frente. Tentando escapar daquele grupo comovido de familiares, corre para o hall, no qual, o primo, que têm a secreta ambição de ser um artista de circo está a fazer uma sessão de malabarismo com volumes da Enciclopédia Luso-Brasileira. Escusado será dizer o que acontece a seguir. Com uma faca nas costas, estilhaços por todo o lado e um galo enorme o padrasto, com as mãos a protegerem a cabeça, vai em direcção do telefone, mas a avó passa, no seu passo miudinho e, com o pé, puxa o fio do telefone que cai no chão e se avaria. É nesse momento que o sobrinho solta do segundo andar da casa, pelo buraco das escadas uma tarântula de plástico que aterra em cima do galo recém-nascido do padrasto. A mãe que, entretanto, tinha saído para ver que rebuliço era aquele, com o horror a tarântulas que ela têm, agarra na primeira coisa que lhe vem à mão (que infelizmente era um candeeiro metálico de pé) e começa a bater com ela na cabeça do pai, que se rende e cai no chão, defenitivamente morto, só para que não lhe batam mais.


Mas esta brilhante teoria foi posta de parte quando vi que o corpo tinha sido encontrado amarrado num pinhal, e que o padrasto só vivia na casa com a mãe e os dois filhos. Mas tinha sido esfaqueado, é um facto, a minha teoria não é assim um grande fracasso! AHA!!!

sábado, 1 de agosto de 2009

Привет!

Boas! Trago planos. Vai haver uma pequena interrupção do blog entre 17 e 24 de Agosto. Porquê? Porque vou para a Rússia, terra do Putin, das igrejas que parecem bolos de noiva, da Sibéria, das pessoas que usam tambores na cabeça, das danças e das bonecas grávidas.
E do Comunismo...
Nunca mais vou poder entrar nos Estados Unidos... Mas tudo bem... Isso já são assuntos comigo.
Até lá!
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Os Invisíveis

Ás vezes penso. Muitos actores são reconhecidos por apenas um papel. O Leonard Nimroy virá sempre a ser conhecido como o Spock. O Elijah Wood nunca poderá vir a descalçar a bota do Frodo. E o F. Murray Abraham será o infame Salieri ad eternum.
Outro desses casos é o Rowan Atkinson e duas das suas personagens: Mr. Bean e Black... Vegetable (não, Black Adder, assim é que é...). E isto é pena, pois Atkinson têm um jeitão para mímica e um enorme treino de clown, que faria inveja a muita boa gente no ramo.
Por isso, eu deixo-vos com quatro filmes de Atkinson a interagir com objectos invisíveis: Um piano, uma orquestra, uma bateria e um homem. Divirtam-se. Deixei o melhor para o fim.









Passem a vossa noite num nível 7, sendo 1 horrível e 20 excelente!
Até amanhã!