terça-feira, 10 de março de 2009

Contentores Contentes

Hoje, temos uma celebridade no Tigre de Papel. É uma pessoa que ninguém consegue calar, o que é capaz de dar problemas aos vizinhos de baixo durante a noite. Há quem deixe a televisão ligada, este deixa a boca ligada e pronto... é logo menos uma noite de sono. Pois sim, é Manuel Alegre, político e poeta nas horas vagas. E eis que ele escreveu, a 4 de Março este magnífico poema que reflecte sobre a problemática dos contentores à frente de Lisboa. Divirtam-se, que vale a pena:

Fado dos Contentores

Já ninguém parte do Tejo
Para dobrar bojadores
Agora olho e só vejo
Contentores contentores.

E do Martinho Pessoa
Já não veria o vapor
Veria a sua Lisboa
Fechada num contentor.

Por mais que busques defronte
Nem ilhas praias ou flores
Não há mar nem horizonte
Só contentores contentores.

Lisboa não tem paisagem
Já não há navegadores
Nem sol nem sul nem viagem
Só contentores contentores.

Entre o passado e o futuro
Em Lisboa de mil cores
O sonho bate num muro
De contentores contentores.

Por isso vamos cantar
O fado das nossas dores
E com ele derrubar
O muro dos contentores.

Pois é... O Manuel Alegre já não está exilado na Argélia, já não posso saber as respostas dos testes através da rádio... Raios. Mas vocês ainda estão aí? Hã? Eu posso estar a falar para mim em paz e sossego?... Eu sabia que vocês eram todos uns tarados armados em Big Brother... Eu é que fui estúpido. Tansos...

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