Livros... Esses grandes amigos que toda a gente adora para servir de calços para mesas.
Hoje venho falar de dois livros polémicos uns porque existiam e desapareceram e um porque não existia e apareceu (como quem diz...).
Comecemos pelo 1º que deu que falar em Braga. Era uma vez um livro que estava numa montra da feira do livro, ao lado de tantos livrinhos iguais a ele e, de repente veio um senhor polícia e levou-o a ele, como a todas as outras cinco cópias, não para ler, mas para prevenir desacatos. Que livro era este? Era o Livro Vermelho do Mao Tsé-Tung? Não, não era. Era um livro com uma capa interessante, pintada pelo Gustave Courbet (ou, segundo o chefe da polícia de Braga, "Cubér"). Era uma reprodução do quadro L'Origine du Monde pintado em 1886 e que está exposto naquele antro de depravação que é o Musée d'Orsay. Só não vou expôr aqui o quadro para ver se não me vem um tipo de Braga armar desacatos para minha casa... Mas esta (á direita) era a cara com que o Courbet estava enquanto pintava o quadro. Eu acho que veio o Carnaval e toda a gente ficou muito púdica. Primeiro armam um escândalo graças a um corso com um Magalhães (sim, aquele computador que vive com o Sócrates em união de facto...) e agora com um livro que expõe na montra uma mulher de pernas abertas. Mas, que desacatos são esses? As criancinhas, na sua santa inocência acharam imensa piada ao livro. Os pais das criancinhas é que não. E então era para evitar desacatos entre os pais das criancinhas e o vendedor dos livrinhos.
O conteúdo foi considerado pornográfico e foi levado da feira. Só se esqueceram foi de há uns anos levar um livro que se vendia em todo o lado e estava ao alcance de qualquer criança que fosse a um supermercado chamado O Meu Pipi, que até tinha bolinha vermelha na capa e se vendia ao lado das caixas registadoras...
Depois, falou-se também no livro Fenomenologia do Ser de Jean Paul Sartre que Passos Coelho, o dito Obama português (embora mais clarinho) diz que leu, mas que não existe. Quer dizer... Este homem é de tal maneira bom que lê livros inexistentes, tal como o Cavaco tinha à cabeceira A Utopia do Thomas Mann que é um daqueles livros utópicos e o Santana Lopes que ouvia concertos para violino do Chopin. Eu acho que isto foi só uma amostra do fenómeno que o Passos Coelho é. Mas também tem desculpa. Pode ser que tenha ficado como o Sartre, que queria coisas mais directas e pelo meio tenha ficado vesgo. Sartre tem é um livro chamado O Ser e o Nada que explica coisas como um livro que é... nada. E é só isto... Adeus