Quem quer que tenha introduzido as pipocas no cinema, não deveria gostar de cinema. Porque não há nada melhor que ir ao cinema e ouvir pessoas a mastigar pipocas como se não houvesse amanhã. É todo o filme a ouvir
munch... munch... munch.... Quer dizer. Eu, durante um filme, que supostamente deveria ser para meu entretenimento, não tenho o direito de me abstrair do idiota do javardo que está sentado ao meu lado a atirar pipocas ao ar e a apanhá-las com a boca em pleno vôo. E depois a mastigar aquilo como se não estivesse a comer pipocas, mas sim pedras. Com força que é para os senhores da sala ao lado saberem que aquela besta ruminante está a comer pipocas. Um dia eu irrito-me a sério e eu vou para o meio da sala com uma grande folha de celofane para poder estar a mexer nela com toda a força durante todo o filme. Só para me vingar e para todas as pessoas mastigadoras de milho tufado se aperceberem do que é que fazem às pessoas mais civilizadas que só trazem uns inofensivos
Halls para o cinema. E só não vou praticar um pouco de tuba porque ela não cabe debaixo do casaco. Fica a notar-se...
E depois aquilo não são míseros pacotes de pipocas. Aquilo são tinas e banheiras de pipocas. São de tal maneira grandes, que eu não percebo porque é que, se nos cocktails metem sombrinhas, porque é que aquelas coisas não têm prancha de saltos e escorrega. Aquilo é quase meia boca da Manuela Moura Guedes, ou três misturadoras de betão, dependendo que que medida de proporção quisermos usar.
Olhem... Munch... munch... munch... (Quer dizer: "passem bem").
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