sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Castidade que Veio do Frio

Eu hoje acordei a sentir-me tão piroso! Eh, pá! Fui logo a correr para as Urgências do São Francisco Xavier para ver o que é que se passava comigo e lá estive até agora, para ver porque é que estava com tremuras. Pensava-se que era o início de um ataque de epilepsia, mas afinal era só um pouco de amor.
Como estão vocês? Han? Olhem, eu estou muito apaixonado pela minha meia-laranja, ou meia-papaia que em termos de fruta tem uma cor e um nome mais estúpido. Hoje, o que é que aconteceu?... Aconteceu que... na Rússia, foram os manifestantes mais sui generis que alguma vez pisaram a face da terra desde os hippies. O que é que aconteceu, basicamente o movimento radical anti-Putin chamado "Nós", que não tem nome de movimento político, mas de Associação de Estudantes, fez um apelo a todas as mulheres para se recusarem a fazer sexo com os apoiantes do Putin.
Este movimento feminista levou à Praça do Kremlin este protesto a terrível quantidade de... 15 pessoas. São poucas mas BOAS! Pelo menos foi o que disse Roman Dobrokhotov, a líder do protesto enquanto agitava o seu cartaz de "Ou eu, ou Putin!". Dobrokhotov também acrescentou que: "Já distribuímos todos os emblemas onde estava escrito «Não dormimos com putinistas!», eram mais de trezentos. Até os polícias que mantêm a ordem pediram emblemas para oferecer às namoradas e esposas.". Não que eu tenha alguma coisa a haver, mas se era para dar às namoradas e às mulheres, quer dizer que o posto de Polícia na Rússia é ocupado por masoquistas, ou por seminaristas.
As coisas começaram a azedar quando apareceu outro ajuntamento de mulheres com balõezinhos cor-de-rosa que diziam: "Putin é o homem dos nossos sonhos!". Muitos puxões de cabelos e gritos agudos seguiram-se. A polícia teve de dispersar o segundo grupo porque esse não tinha autorização para se manifestar, para desgosto de um par de vendedores de pipocas que acorreram à Praça. E como é que as afastaram, não sei, mas poderemos assumir que um dos polícias se vestiu de Putin e atravessou a correr a Praça em trajes menores.
Passados os contratempos, Dobrokhotov disse: "Há tantos anos que andamos na política e esta é a primeira vez que a polícia não cria problemas à oposição. Não pedimos autorização para realizar a nossa manifestação, mas cumprimos o que está previsto na Constituição e informamos as autoridades do que estávamos a organizar.". Não sei porquê... Porque é que a Polícia as deixou manifestarem-se à vontade? Talvez porque estivessem demasiado ocupados a rir-se... Quiçá. Não sei.
Quando o dia acabou saíram da Praça quinze mulheres com a sensação de dever cumprido e um pequeno grupo de polícias com dores de costas e de barriga. No quarto do seu apartamento em Moscovo, nessa noite Putin dormiu de luzes acesas, por debaixo dos cobertores, espiando o canto do quarto com o seu olhinho, à espera que a omniosa sombra de Dobrokhotov crescesse de encontro a parede à sua frente.

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