Bem-vindos a mais uma rúbrica (desta vez não vai ser semanal, vai ser quando calhar) do Tigre de Papel. Como é o 75º post, eu achei que devia fazer algo de especial e decidi começar com o Frustração Musical. Para quê estar a explicar sobre o que é que vai ser, eu acho que a imagem aí em cima é eloquente.
E o porquê desta rúbrica? Já imaginaram ter de acordar de manhã a ouvir as pepineiras que passam na rádio matinal, todos os dias? Bem-vindos à minha vida! Os vossos salva vidas estão debaixo do vosso assento. Há saídas de emergência na frente, nas asas e na retaguarda, mas, se preferirem, têm sempre a ficha eléctrica na qual podem meter os dedos. O que eu acho piada, ou de um mau gosto brutal e de um cinismo que insultaria o Bush, é que eles dizem que a rádio matinal é para as pessoas acordarem alegres e felizes! DEIXEM-ME RIR! Pelo menos a minha concepção de “dia feliz” não é acordar a ouvir o vocalista dos Klepht a dizer que eu lhe rasguei a roupa sem qualquer pudor! Nesses dias apetece-me engolir uma Aspirina e meter um atestado médico para o resto da semana. Por puro nojo!
Esta semana, trago-vos uma música verdadeiramente espectacular do Rui Veloso e do Carlos Tê que chegou aos meus ouvidos na voz daquilo que me pareceu ser a vocalista dos Clã. Fiquem-se com ela que eu vou buscar as cotonetes. A última coisa que eu vos posso dizer é que se chama Bairro do Oriente e, sinceramente, só falta ver uma loja de chineses ao canto de uma quadra. Vá... Apertem os cintos de segurança e vamos a isto.
Tenho à janela
Uma velha cornucópia
Cheia de alfazema
E orquídeas da Etiópia
Tenho um transistor ao pé da cama
Com sons de harpas e oboés
E cantigas de outras terras
Que percorri de lés-a-lés
Tenho uma lamparina
Que trouxe das Arábias
Para te amar à luz do azeite
Num kama-sutra de noites sábias
Tenho junto ao psyché
Um grande cachimbo d'água
Que sentados no canapé
Fumamos ao cair da mágoa
Tenho um astrolábio
Que me deram beduínos
Para medir no firmamento
Os teus olhos astralinos (sic)
Vem vem à minha casa
Rebolar na cama e no jardim
Acender a ignomínia
E a má língua do código pasquim
Que nos condena numa alínea
A ter sexo de querubim.
E já agora, fiquem-se com o vídeo, que não é demais para que vocês, minhas jóias, fiquem com a certeza da extrema qualidade desta música que pode ser considerada como uma alucinação auditiva de alguém que esteja sob efeito de cogumelos esquisitos ou apenas um bando de gatos à solta numa loja de música:
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
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