terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Terrir

Eu gostava de saber... o que é que as pessoas andam a tomar. Deve ser algo potentíssimo... para aí algum cozinhado do Vítor Sobral... Para depois virem-me com coisas como: Crepúsculo, esse nome incontornável da literatura jovem adulto feminino, ser um filme de terror. Depende de como virem as coisas, porque a história é simplesmente isto:

Rapariga conhece rapaz, rapaz e rapariga sentem-se atraídos um pelo outro, embora tentem esconder os seus sentimentos (desenvolvendo uma espécie de Tango do Masoquismo). Rapariga percebe que rapaz é vampiro. Outro vampiro tarado vai atrás de rapariga. Rapaz salva rapariga. Vampiro tarado é destruído. Rapariga diz que quer ser vampira. Rapaz diz-lhe que não.

E é só isto. Basicamente, é o típico romance Playboy, mas para o público feminino. E isto implica TUDO o que as raparigas gostam que é: tensão sexual! Os dois andam ali, às voltas, um atrás do outro, mas não se tocam, não vá virar a boneca ao rapaz... ou à rapariga (que tem tanto ar de santinha como a Soraia Chaves). Rapaz esse que é, nem mais nem menos que Robert Pattinson, o Cedric Diggory do quarto filme do Harry Potter. E que, com tanto make-up branco e tanto baton vermelho, que as pessoas já só o destinguem do Jack Nicholson no Batman, porque o Jack tinha o cabelo verde, e mesmo assim era mais rosadinho de feições. E porque o Joker tem uns gostos mais escanifobéticos quanto a roupa.
Outra coisa que eu devo acrescentar é que, a autora dos livros, tem de facto um gosto espectacular para músicas: Linkin Park, Muse... sobretudo Muse... mas, ao menos que tente não levar isso ao ponto em que, quando o casal alfa (e tenciono fazer disto uma piada, para quem seja maluquinho da série dar uma palmada na testa) só falar de "Gosto de ti." ou "Tenho imenso medo de o admitir, mas..." ou "Já ouviste a última dos Muse?" Meu Deus! Eles só falam de sexo ou de Muse. E como os dois vão viver eternamente (ou, pelo menos, durante muito tempo), o que é que eles fazem quando os Muse acabarem? Morrem. Explodem um com o outro. Apresentam um divórcio por falta de Muse.

Pontos bónus: Os vampiros são monogâmicos, tipo lobos (incrivelmente, os lobisomens não o são e, pelo menos na história, podem "reservar" as raparigas que quiserem). Que mais uma rapariga pode querer? Han? E a capa do livro é... o fruto proibido... uma maçã! E não é a da Apple.

E depois disto tudo, anunciam isto nos folhetins como "Terror" para Maiores de 12. Desde quando um filme para Maiores de 12 é de terror. A tentativa mais próxima de alguma coisa como essa é... o Van Helsing. Que, por acaso, também tem um vampiro que também deve ter uma colecção enorme de Linkin Park no seu castelo. Para dizer: "Não! Não tenho coração! Não sinto amor! Nem medo, nem alegria, nem pena. Eu sou vazio... e viverei para sempre" ou então: "Eu estou em guerra com o Mundo. E com toda e qualquer alma viva que nele habite.".
Se eu tivesse de ser lenda urbana, eu optaria pelo lobisomem. Porque, ser vampiro é um bocado chato. "Ai, os problemas que eu tenho com a minha mente! Ai, que eu não consigo viver assim." E ficar assim para a eternidade. Como é que querem ficar com "ai os problemas" para a eternidade? Eu comia uma réstia de alhos e ia passear para a Sé. E, por falar em alhos, ia ficar impossibilitado de comer pães de alho, e quem me tira os meus pães de alho, tira-me tudo. E também, ser lobisomem, uma vez por mês, sempre é mais estiloso do que ficar com a cara da cor do papel e com os lábios da Bárbara Guimarães ad eternum perpetua seculae seculorum. Mas isso sou só eu...

Sem comentários: