quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Depressão em Horário Nobre


Acabo de ver uma as piores cenas de televisão da minha vida na magnífica telenovela nacional Flor do Mar. Basicamente é um acidente entre um carro e uma carrinha escolar e a carrinha fica à beira do abismo, prestes a cair.
Coisas a fazer durante um acidente destes? Deixa cá pensar. Falar com toda a naturalidade. Estou prestes a morrer, não há problema. Que aborrecimento. Depois o condutor do carro que é nem mais nem menos que Cucha Carvalheiro (à qual eu dantes gostava de chamar Chucha Carvalheiros) a ficar inconsciente sem sequer ter batido em nada. E as crianças eram um mimo. Parecia que estavam todas à espera de comer uma colher de mel e tinham a boca aberta e faziam: "AHHHH." Mas um AHHHH daqueles com ponto final. Elas tinham ficado esclarecidas que iam provavelmente morrer, portanto abriram a boca e afirmaram a sua compreensão. Para não falar que tinham todos tomado um Xanax 2 mg antes de entrar na carrinha pois ninguém entrou em paranóia, ninguém se levantou dos bancos e pôs-se a correr de um lado para o outro. Aquilo eram crianças amestradas. Disseram "senta" e elas ficaram por ali. Se dissessem "rebola" também o fariam. Ou então, por comerem muita banana madeirense eram crianças de nervos de aço e pêlos no peito.
E por ter batido contra um rail de cartão(sim, ele flutuou até à água), a carrinha ficou sem possibilidade de abrir as portas e o condutor ficou com o cinto preso. A camioneta devia ser feita de quê? Espuma?
E em termos de representação, só a criança estava bem, apesar de sair com uma frase que ninguém com 6 anos em pânico diria: "Não chores, vai tudo correr bem.".
Basicamente era deprimente. Mas a telenovela, em si, já é deprimente, portanto...

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