quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Má Publicidade em Seis Actos

ENA! Toda a gente maluca aí em casa por o Obama ter feito há bocadinho um dia de estar na Casa Branca. OK, podem pousar o champanhe que eu venho protestar e argumentar contra esta propaganda estúpida aos Açores.
Quer dizer... O que é isto? Ainda que tenham posto hortenses em Entrecampos, ainda percebo. Sempre são flores. Embora, aquelas hortenses, precisam de mais reagente em cima, porque aquelas hortenses estão todas brancas. E a mim, parece-me sempre que aquelas flores, por serem brancas, estão num funeral. E, fico na dúvida se assaltaram alguma das floristas que estão em frente ao Alto do Pina, ou se, pelo contrário, estão de luto pela Independência Nacional, porque estão todas à volta da estátua que, supostamente, simboliza a Independência... ou a Fome, porque estão todos a matarem-se à volta de uma ave que esvoaça. Bem sei que aquilo é suposto ser uma águia, mas para quem desce pela Estados Unidos da América, mais parece uma galinha. E fica triste. Porque se era para chorar pela fome nacional, tinham-nas posto à volta da sede do Banco Alimentar. E se fosse para chorar pela independência, teria ficado melhor, pô-las à porta da Bolsa de Lisboa.
Quanto à do Saldanha, não tenho nada contra, porque, se metem publicidade ao pior dos Açores, não hão de conseguir ganhar grande coisa em termos de turismo. Quer dizer... se aquilo estivesse bem feito, ou bem posto, eu poderia acreditar que aquilo era a cauda de uma baleia que estava a mergulhar por debaixo do Duque de Saldanha, mas como não está, mais parece uma publicidade a Rabo de Peixe. E, se eu vou para os Açores, não é para estar a ver mais duras realidades, mas para varrer as ideias deprimentes da cabeça. Se eu fosse aos Açores e me metessem numa escursão a Rabo de Peixe, eu pegava nas malas e dirigia-me para o aeroporto de Ponta Delgada para ir a toda a velocidade para a Austrália.
No Marquês de Pombal, não está bem. Porque, se os cubos de Rubik tivessem sido inventados na Graciosa, eu ainda poderia compreender. Ou se o centro mundial de casinos, a seguir a Macau e a Las Vegas, fosse Santa Cruz das Flores, ainda compreendia. Mas agora... Cubos no Marquês? Ainda mal tiraram aqueles tristes lampiões da TMN, já o estão a rodear de cubos? Se primeiro são esferas, e depois cubos, o que é que vem a seguir? Dodecaedros a fazer publicidade ao Talho de Campo de Ourique? Ou octaedros da Vodafone?
E se vamos falar nos Restauradores, aí eu vou ter de tomar dois Xanax's. Um segundo... O meu copo de água... OK... Glup!... OK. Posso continuar. O que é isto? Que bando de parolos somos nós para ver AQUILO? Eu bem sei que o golf está na moda. Mas é demais!!! Todo o "portuga" que gosta de ir na carneirada, gosta necessariamente de golf, está no sangue, no ADN! Mas aquilo é demais! Se Portugal fosse um pão podre, os campos de golf seriam o bolor. Porque pululam por tudo quanto é sítio. Vou ao Rock in Rio, tenho o campo de golf ao lado. Passo por Leião, um campo de golf. Vou para Marvão, outro campo de golf. Vou para o Douro, mais um campo de golf. Se estes meninos fossem donos do deserto do Gobi, faziam lá estâncias de golf. E porquê? Porque ter campos de golf é melhor que ter neurónios. Um campo de golf é chique, e é desporto para gente rica, logo fazer campos de golf em barda que se forem utilizados, serão utilizados para pastar gado. Se há um rebanho de ovelhas que se atira a um green... UI! Até ferve!... Os Açores já não são famosos pela lagoa das Sete Cidades, nem pelo Pico, nem pelo Vulcão dos Capelinhos, mas sim pelos seus campos de golf. Não há outro sítio melhor apara se jogar golf que os Açores. Então se for no Corvo, o gozo á a dobrar, porque se se dá uma tacada com mais força a bola atravessa toda a ilha e cai à água do outro lado.
Mas a medalha de ouro vai para a Praça de Espanha, na qual puseram... vacas. Exactamente, vacas. Vacas em cercados. Eu já tinha ouvido dizer no anúncio da Agros que para cada três pessoas, nos Açores, há uma vaca... e isto sinceramente não abona a favor dos açoreanos, porque fico na dúvida se estão a gozar, ou se estão a chamar nomes aos simpáticos e ininteligíveis habitantes daquelas ilhas. Quer dizer. E se não for nem uma coisa ou outra, se as vacas se revoltam, eles estão quase em desvantagem numérica. E se a minha família chegada vivesse nos Açores, já tinha direito a 2 vacas e 2/3 de outra. Eu pedia logo o meu quinhão! É que nem perdia tempo.
Eu tenho pena que não tenham posto nada na Praça da Figueira. No Rossio, não me importo que não tenham posto nada. Porque até parece que tiveram um aneurisma e esqueceram-se de pôr alguma coisa a tapar o D. Pedro IV. Porque um D. Pedro IV sem uma saiinha ou sem um biombo, não é um D. Pedro digno de andar a exibir-se no Rossio. É uma pouca-vergonha. Mas, na Praça da Figueira eu acho imperdoável que não tenham metido lá nada. Pois, porque podiam ter metido uns quantos halfpipes a dizzer Açores que eram um sucesso. Se fosse outra coisa, pegavam fogo ao anúncio, mas com halfpipes a coisa muda de figura. E eu percebo porque é que eles não puseram nada no Martim Moniz, porque o anúncio, ou passava a ser um armazém de droga, ou era roubado, ou passava a ser um armazém de droga E era roubado.
Mas pronto. Se querem fazer publicidade aos Açores, façam coisas minimamente decentes, senão a gente não se entende. Porque, se não tratarmos disto agora, eu quero estar cá quando for a vez da Madeira fazer a publicidade. Como é que vai ser? Vamos ver cachos de bananas abandonados no Areeiro? Ou vamos ver Joes Berardos, Albertos Joões Jardins e Cristianos Ronaldos de cartão pendurados nas àrvores à volta do Campo Pequeno? Pensem bem nisto e reflictam no assunto que eu tenho mais coisas para fazer. Sayonara.

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