Por exemplo, há uns tempos atrás, eu passei pela estação do Areeiro e vi lá uma fila descomunal de pessoas. Era o quê? Eram uns tipos de Vodafone a distribuir castanhas assadas de graça. Parecia que as castanhas tinham entrado em extinção! Desde crianças a velhotes, de arrumadores de carros a senhoras com um ar muito chique. Todos na fila das castanhas para as engolir como se não houvesse amanhã. Hoje, passo por lá, e vejo um velhote esmifrado, a usar um assador que já deve ter assado tanta castanha que, no dia em que lhe falte matéria prima, pode vender o assador aos bocados em papel de jornal que tem o mesmo sabor característico das castanhas. E quanto a clientela? Vê-la por um canudo...
Só para ver onde é que isto chega, há pessoas que chegam a passar cinco e seis vezes por uma rapariga só para ficar com as amostras de perfume que ela está a distribuir. Preferem embrulhar naquele papel de embrulho de extremo bom gosto e nada ostensivo do El Corte Inglés a ter que pagar 30 cêntimos por um papel bonito para se embrulhar uma prenda no Natal. Pois, porque sabe-se lá o que é que se pode fazer com 30 cêntimos. Pode-se tomar meia bica! E u aposto que, com estes precedentes todos, metade das pessoas que vão para a sopa dos pobres, estão lá só para não ter de pagar nada.
O tio Patinhas era luso descendente, só pode ser! Esqueçam a ideia dos escoceses. Já está muito fora da moda. Agora o tio Patinhas comprou uma casa na Quinta da Fonte e uma penthouse no Estoril. Pois... porque quem olha por cima dos óculos para não gastar as lentes é um português. E dos bons! Até se poupam em palavras ("bazar" é muito mais baratucho que "sair daqui" e têm de ir ver ao dicionário para descobrir o significado daquela palavra com um som estranho: "dar".
Talvez seja só sono, mas ver coisas destas irrita-me.
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